Nascida no dia 13 de fevereiro de 1925 (ela fez 90 anos na última sexta-feira), no município de Sapé, Paraíba, Elizabeth Teixeira constrói sua trajetória em meio a lutas por justiça, terra e liberdade. De cabelo lavado e vestido que lhe parece grande demais, ela procura na gaveta um remédio para dor de cabeça. “O médico me receitou, ‘Voltarem’. É que lembrar tudo é muito triste, dói demais.” Viúva do líder camponês João Pedro Teixeira, assassinado a tiros em 02 de abril de 1962. Depois da morte do companheiro, com 11 filhos, ela assumiu a presidência da Liga dos Camponeses de Sapé. Ela passou 8 meses presa após a ditadura. Um dos filhos dela, Pedro Teixeira Filho, também foi assassinado. Uma filha suicidou-se.
A história de Elizabeth e seu marido, João Pedro Teixeira, acontece em meio a um quadro de fome, opressão, exploração e repressão da força de trabalho no campo. As reivindicações por melhores condições de sobrevivência do camponês e a luta pela implantação de uma reforma agrária justa no país culminaram no assassinato de João Pedro e no posterior exílio de sua esposa. Nem a violência privada do latifúndio, nem a oficial exercida pelo aparato estatal, no entanto, conseguiram sufocar os ideais da luta camponesa: os líderes do campo não morrem jamais, sua memória continua viva, alimentando as manifestações presentes e futuras.
Leia o artigo original no site da Agência Maurício Tragtenberg
As referências desse post são uma contribuição das participantes do curso “Feminismo com quem ta chegando” para o site da Universidade Livre Feminista <3