Pesquisa mostra que pessoas se irritam mais no ambiente familiar

Veruska Donato – Jornal Hoje 
A pesquisa foi feita pela Sociedade de Cardiologia de São Paulo e a Secretaria Estadual de Saúde. O estresse caseiro acontece, principalmente, com as mulheres.

Casal 1 – Você deixou a toalha molhada em cima da cama de novo!
Casal 2 – Tá gastando muito, compro o que preciso comprar.
Casal 3 – Eu não sou sua empregada! Eu sou sua mulher! – Ah! Vai pegar uma cerveja!

Essa encenação é feita por alunos de teatro, mas são situações reais, tiradas do cotidiano e cada vez mais frequentes. São reclamações principalmente das mulheres. Elas se sentem mais estressadas em casa do que no trabalho e até mesmo do que no trânsito.

A Sociedade de Cardiologia de São Paulo entrevistou 100 mil pessoas. Delas. 65 mil eram mulheres e 28,34% delas admitiram alto nível de estresse em casa.

Casados há 11 anos, Roberto dos Santos, soldador, e Ana Cristina Gomes, balconista, também passam por momentos de estresse em casa.

Roberto: Eu saio de manha chego a noite, né?

Repórter: E aí você quer que ela arrume?

Ana: Além de trabalhar fora ele quer que eu de conta de dentro de casa…

Entre os homens o estresse em casa foi menor: 13,07%. A preocupação deles é outra. “O que mais me irrita é ficar sem dinheiro”, comenta Gilson Oliveira, comerciante.

O cardiologista e coordenador da pesquisa, Ari Timerman, diz que o resultado revela que as mulheres estão mais suscetíveis a infartos. Estresse faz aumentar a produção de substâncias no organismo como a adrenalina. Quando isso acontece a pessoa apresenta taquicardia e aumento da pressão. Em alguns casos pode levar ao fechamento de artérias do coração. “O estresse pode causar doença crônica. Doenças principalmente do coração como angina, infarto”, orienta.

O médico aconselha: é preciso agir como os homens: sair e se divertir. Roberto e Ana prometem agora conversar sobre a organização da casa. “Você merece o cartão vermelho!”, ri a esposa.

Para quem se identificou com essas situações, o médico que coordenou a pesquisa tem um conselho: os problemas sempre vão existir. O que precisa mudar é o comportamento em relação a eles.

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