Prostitutas de todo o país se reúnem para discutir o ofício em Porto Alegre

Zero Hora

Encontro da Rede Brasileira de Prostitutas acontecerá pela primeira vez fora do Rio de Janeiro

Porto Alegre sediará pela primeira vez um evento que acontece há cinco edições no Rio de Janeiro. É o Encontro da Rede Brasileira de Prostitutas que reúne profissionais do país todo para discutir questões como a normatização da ocupação. O evento será de quinta-feira a sábado na Casa de Cultura Mario Quintana e no City Hotel.

São esperadas 80 prostitutas e 60 ativistas e pesquisadores que discutirão ações desenvolvidas pela Rede em sua luta pelo reconhecimento de direitos trabalhistas, direitos sexuais e melhores condições de vida e segurança.

Uma das principais reivindicações é a normatização da atividade. A prostituição consta na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) como um ofício legal, mas não existe uma legislação trabalhista para regulamentar a atividade, o que já é feito em países como a Holanda e a Alemanha.

Você é a favor ou contra essa normatização no Brasil?

De acordo com uma das integrantes da coordenação do Núcleo de Estudos da Prostituição (NEP), Tina Taborda, é preciso esclarecer a população:

— Acho importante que as pessoas saibam que a prostituição é uma ocupação legal — ressalta.

O NEP realiza, desde 1989, intervenções nas ruas da Capital, nas quais temas relacionados à saúde, cidadania e autoestima são abordados com as prostitutas. Na sede, as profissionais têm a oportunidade de participar de oficinas com médicos, advogados e psicólogos.

NEP trabalha a autoestima e a cidadania das mulheres

Sarah (como prefere ser chamada), 49 anos, é uma das sócias-fundadoras do NEP. Ela trabalha nas ruas há 24 anos e tem duas filhas adultas, das quais nunca escondeu seu ofício.

— Até então eu pensava que não era ninguém — disse Sarah, referindo-se ao momento em que conheceu o núcleo. Nas ruas, ela já sofreu violência e discriminação e o NEP ajudou no resgate de sua autoestima.

Hoje, Sarah fala sobre prostituição em palestras às colegas de ofício. Ela acredita que os clientes ficaram mais civilizados com o passar dos anos e, agora, também prezam pelo uso de preservativos.

— Depois da epidemia da AIDS, a gente percebeu como era importante se prevenir — relata a prostituta.

Na abertura do evento, que acontece às 18h30min de quinta-feira na Casa de Cultura Mario Quintana, haverá um desfile da grife carioca Daspu, marca da ONG Davida. Sarah está entre as modelos.

— Vai ser ótimo! A gente está com uma expectativa muito boa — conclui Sarah.

Ela trabalha nas ruas há 24 anos e tem duas filhas adultas, das quais nunca escondeu seu ofício.

— Até então eu pensava que não era ninguém — disse Sarah, referindo-se ao momento em que conheceu o núcleo. Nas ruas, ela já sofreu violência e discriminação e o NEP ajudou no resgate de sua autoestima.

Hoje, Sarah fala sobre prostituição em palestras às colegas de ofício. Ela acredita que os clientes ficaram mais civilizados com o passar dos anos e, agora, também prezam pelo uso de preservativos.

— Depois da epidemia da AIDS, a gente percebeu como era importante se prevenir — relata a prostituta.

Na abertura do evento, que acontece às 18h30min de quinta-feira na Casa de Cultura Mario Quintana, haverá um desfile da grife carioca Daspu, marca da ONG Davida. Sarah está entre as modelos.

— Vai ser ótimo! A gente está com uma expectativa muito boa — conclui Sarah.

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tina_rovira“… Costumamos dizer que temos direitos, mas nunca eles são respeitados. E para isto acontecer, precisamos trabalhar, lutar para conquistar aquilo que é nosso por direito. Penso que direito sexual e direito reprodutivo é um tema que precisamos trabalhar com a nossa população. Como representante, aqui em Porto Alegre, da Rede Brasileira de Prostitutas, digo que a nossa maior luta é que as prostitutas,as profissionais do sexo tenham o direito de exercer a sua atividade, a sua profissão com dignidade e com respeito. Portanto, falar do direito à sexualidade das pessoas é colocar em pauta, ou na roda de discussão de nosso movimento, de nossa instituição este assunto de fundamental importância, bem como dar visibilidade. Estamos com muita vontade de nos envolver e de levar a todos os movimentos de mulheres com os quais nos envolvemos esta proposta de uma convenção pelos direitos sexuais e direitos reprodutivos”. Tina Rovira, Rede Brasileira de Prostitutas e Coordenadora do Núcleo de Prostituição – NEP

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