Adital – Em nove países da América Latina e do Caribe, as meninas seguem ingressando menos no sistema educativo do que os meninos. Em virtude de realidades como esta foi que organizações sociais da região desenvolveram, durante todo este mês de junho, a ‘Campanha por uma Educação Não Sexista e Antidiscriminatória’.
Em 21 de junho é comemorado o Dia Internacional da Educação Não Sexista. Para lembrar a data e fortalecer, gerar e promover "o direito humano a uma educação pública, laica e gratuita para todos e todas", foram realizadas diversas atividades no Equador, Bolívia, Uruguai, Panamá, Colômbia, Argentina, El Salvador e Paraguai.
As atividades tiveram início no dia 13 de abril, durante o II Encontro Andino de Movimentos Sociais pelo Direito à Educação, no Equador. Já na Bolívia, foram realizados encontros com educadoras das séries primárias em que foram apresentadas experiências e sugestões para uma educação com perspectiva de gênero. Na Argentina, a população conheceu a campanha nesta segunda-feira (28).
Outras atividades serão realizadas durante os meses de julho e agosto para sensibilizar professores, estudantes, autoridades, sindicatos, organizações da sociedade civil e comunicadores para a necessidade de uma educação não sexista.
No site da campanha, as organizações e atores sociais promotores das atividades, relembram que há 30 anos a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher foi aprovada. "No entanto, seguimos recebendo uma educação sexista sob parâmetros pretendidamente universais, cegos ante as injustas diferenças entre gêneros, que contribuem com a discriminação".
Por conta disso, as atividades buscam geram reflexões sobre a questão de gênero e colocam a educação como um direito humano. A Campanha tenta mostrar à população latina e caribenha que as meninas, por enfrentarem problemas como matrimônios forçados, maternidade na adolescência, trabalhos domésticos, violência e abusos sexuais, acabam sendo impedidas de ingressar na escola e perdem o direito à educação. Em virtude disso, o foco de cada país deve ser contribuir e construir caminhos para superar estas e tantas outras dificuldades.
"Buscamos uma educação que construa relações de respeito, igualdade e cooperação entre os gêneros, que afiance uma cultura de direitos humanos e que não valide nem reproduza estereótipos, preconceitos e iniquidades. E que reflita as diferentes culturas que convivem em nosso continente, um dos mais ricos e dos mais pobres ao mesmo tempo", defendem as organizações.
A Campanha é uma realização do Comitê da América Latina e Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher (Cladem), Comissão Internacional dos Direitos Humanos de Gays e Lésbicas (IGLHRC, por sua sigla em inglês), Conselho Internacional para a Educação de Pessoas Adultas (I.C.A.E.), Rede de Educação Popular Entre Mulheres (Repem) e tem o apoio da Agência de Notícias Inter Press Service (IPS).
Para conhecer as dificuldades e os avanços na construção de uma educação não sexista e antidiscriminatória, acesse http://educacion-nosexista.org.