Mulheres torturadas e assassinadas

Livro que resgata histórias de mulheres torturadas, assassinadas e desaparecidas durante a ditadura é lançado nesta 5ª feira (20), em Fortaleza (CE)

A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) e a Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM/PR) lançam em Fortaleza, nesta quinta-feira (20), o livro Luta, substantivo feminino: histórias de mulheres torturadas, desaparecidas e mortas na resistência à ditadura. O lançamento contará com a presença do ministro dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi e acontece às 19h30, no Centro Cultural Dragão do Mar – Rua Dragão do Mar, 81, Praia de Iracema.

Luta, substantivo feminino – O livro reúne os perfis de 45 mulheres assassinadas e desaparecidas por agentes da ditadura militar no Brasil (1964-1985), cujos casos foram julgados pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos em quinze anos de atividade. A obra ainda traz informações sobre as circunstâncias em que essas mortes e desaparecimentos ocorreram.

Em praticamente todos os casos relatados, as vítimas morreram em decorrência das torturas, foram executadas ou passaram a ter seu destino desconhecido por seus familiares e amigos. Para não deixar que tais horrores caiam no esquecimento e contribuir para a elucidação desse terrível episódio de nossa história, o livro Luta, substantivo feminino apresenta também depoimentos corajosos de 27 mulheres que sobreviveram às torturas.

O objetivo da publicação é trazer à luz fatos essenciais para se restabelecer a verdade histórica. Na apresentação do livro, o ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, destaca que “a leitura desta publicação jogará novas luzes sobre uma história que o Brasil não deve apagar da memória. (…) como passo necessário para uma reconciliação nacional pautada no respeito a todos os direitos humanos”.

A ministra Nilcéia Freire, da Secretaria das Mulheres, destaca a relevância desta publicação para o resgate do papel da mulher em momentos importantes da história brasileira, como na luta pelo restabelecimento da democracia no país. “Se nos impuséssemos o exercício de mapear os dez nomes que mais aparecem nos livros de história, dificilmente aparecerá um de mulher entre eles. (…) O relato oficial sobre a nossa trajetória como nação é estritamente masculino; nos retratos oficiais, nossos heróis têm, quase sempre, barba e bigode”.

Direito à Verdade e à Memória

O livro Luta, substantivo feminino é a terceira publicação originada a partir do livro-relatório Direito à Memória e à Verdade, lançado pela SEDH em agosto de 2007, com a presença do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O livro-relatório apresentou todos os casos julgados pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, desde que foi criada pela Lei 9.140, de 1995, para reconhecer a responsabilidade do Estado brasileiro na morte ou desaparecimento de pessoas durante o regime militar.

Como desdobramento do livro-relatório, a SEDH lançou, em junho de 2009, uma publicação com a história de quarenta afrodescendentes que morreram na luta contra a ditadura. O projeto foi realizado em parceria com a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.

Em dezembro de 2009, foi a vez do livro Histórias de meninas e meninos marcados pela ditadura, que focaliza violações de direitos humanos cometidas pelo aparelho da repressão política contra crianças, bem como casos de adolescentes torturados e mortos nos mesmos porões.

Ficha técnica

Livro: Luta, substantivo feminino: histórias de mulheres torturadas, desaparecidas e mortas na resistência à ditadura
Editora: Caros Amigos
Coordenação e edição: Tatiana Merlino e Igor Ojeda
Páginas: 204

Lançamento em Fortaleza (CE)
Data: 20 de maio de 2010
Horário: 19h30
Local: Centro Cultural Dragão do Mar, rua Dragão do Mar, 81, Praia de Iracema

 

fonte: SEDH

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