Sono: a nova bandeira do feminismo

Letícia Sorg | revista Época

Já é mais de 1h da manhã e eu apenas comecei a escrever este post. É tarde porque amanhã, pelo bom motivo de conhecer mais um pedacinho da Inglaterra, vou acordar cedo, perto das 7h. Isso significa que, esta noite, não vou dormir mais do que cinco horas. Para quem geralmente fica feliz com oito, é pouco. Felizmente, vou poder compensar na noite de domingo para segunda e garantir energia para mais uma semana de trabalho.

Mas nem todas as mulheres têm essa chance de resgatar as horas de sono perdidas – estima-se que um terço da população tenha problemas para dormir. Arianna Huffington, fundadora do Huffington Post, diz que o sono é o próximo assunto do feminismo. Depois da liberação sexual, agora as mulheres devem reivindicar o direito de dormir. Fazendo a sua parte pela causa, Arianna prometeu ter 8 horas de sono toda noite por um mês inteiro e convidou a amiga, Cindi Leive, editora da versão americana da revista Glamour, para participar do desafio. As duas narraram as experiências com o sono e a falta dele em vários posts durante o mês. Segundo ambas, as mulheres tendem a carregar um fardo mais pesado do que os homens e, se têm que abrir mão de alguma coisa, é do sono. Fazer um bom trabalho e ser uma boa mãe não é opcional. O sono é.

Arianna costumava dormir apenas quatro ou cinco horas todos os dias, e, dois anos atrás, estava tão exausta que caiu e teve que levar cinco pontos. A partir daí, começou a ver o sono como um “compromisso importante”, segundo reportagem do jornal britânico The Times.

Leive estabeleceu um horário para ir para cama, coisa que não tinha desde os tempos de escola, e chegou até a perder peso depois de se acertar com o sono.

De fato, dormir bem é tão importante para a saúde quanto comer de forma saudável e fazer exercícios físicos. Mas, se a gente quase não tem tempo para fazer exercícios meia hora por dia, que dirá dormir oito, ainda mais quando se tem filhos, marido, casa, além do trabalho? Fiquei me perguntando se, quando tiver filhos, vou conseguir manter a mesma quantidade de horas de sono que agora, solteira e sem crianças, consigo ter.

E você, se sente em dívida com o sono? Acha que as mulheres precisam lutar pelo direito de dormir?

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