Aumenta risco para mulheres e crianças durante emergências

Adital – Depois de um desastre natural como o terremoto ocorrido no Haiti, em 12 de janeiro passado, aumentaram os níveis de violência doméstica e sexual contra as mulheres e crianças, como indica uma pesquisa realizada na República Dominicana, após o furacão Noel.

A pesquisa, publicada em 2008 pelo Instituto Internacional de Pesquisas e Capacitação das Nações Unidas para a Promoção da Mulher (UN-Instraw) e pelo Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa, por suas siglas em inglês), afirma que no caso da República Dominicana, se observou que, nos albergues, os homens agrediam as mulheres com maior frequência.

A avaliação indica que as mulheres sofreram de estresse pós-traumático (dores, tristeza, ansiedade e depressão) como consequência da perda da moradia, móveis, trabalho, dinheiro e outros meios de vida.

A situação de estresse na República Dominicana colocou em evidência a desigualdade de poder entre mulheres e homens. "O controle exercido pelo marido/companheiro limitou a capacidade das mulheres tomarem decisões diante do risco", destacou a pesquisa.

No documento, se identifica a violência contra as mulheres nesse tipo de situação como um problema presente antes, durante e depois do desastre, e que se associa com as condições de convivência geradas pelo fenômeno.

Diante da emergência que vive hoje o Haiti, um dos países mais pobres do mundo, observadores internacionais alertam para uma violência generalizada na capital, que coloca em risco maior as crianças e mulheres, população que representa 52% dos 9,6 milhões de habitantes haitianos.

De acordo com a campanha informativa virtual "Pelo fim da violência contra as mulheres e crianças", impulsionada pela Isis Internacional na América Latina e no Caribe, equipes feministas com experiência em atenção emocional pós-desastre estão se organizando para que possam trabalhar com as mulheres haitianas.

O Haiti se situa na parte oeste da ilha La Española, território que divide com a República Dominicana. De acordo com dados do Programa de Saúde de Sobreviventes de Violência do Haiti para o ano 2000, 28% das haitianas experimentaram violência praticada pelo companheiro ou por outras pessoas próximas.

O artigo 229 do Código Penal do Haiti tipifica a violência como um delito, mas não o considera como delito grave e não requer um julgamento com presença de jurados. A lei não define a violência, colocando-a entre os delitos contra a moral, enquanto a violência conjugal não está tipificada como delito pela legislação.

A notícia é da Cimac, por Gladis Torres Ruiz.

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