Articulação melhora renda de mulheres nordestinas

Rafael Carneiro da Cunha – Portal Aprendiz

Fortalecer a organização produtiva, ampliar a representação política nos espaços de poder, estimular e apoiar a ação propositiva de mulheres nordestinas. Esses são os objetivos da Casa da Mulher do Nordeste. Fundada em 1980, a organização não-governamental atua principalmente em Pernambuco, nas cidades de Recife e Afogados de Ingazeira – localizada a cerca de 300 quilômetros da capital do estado, no Sertão do Pajeú.


 
Para alcançar seus objetivos, a Casa da Mulher desenvolve projetos que buscam transformar a sociedade por meio do enfrentamento das desigualdades de gênero, raça, classe e etnia, tanto no meio urbano, quanto no rural.

Os programas “Gênero & Economia” e “Mulher & Vida Rural” fortalecem a capacidade produtiva e a participação política das mulheres tendo como perspectiva o feminismo e a economia solidária a partir da ação em rede.

No meio rural, por exemplo, a organização já conseguiu articular 40 grupos produtivos, formados por 450 agricultoras e artesãs. Números levantados pela instituição mostram que há um aumento de 100% na renda obtida com a venda dos produtos.

A Associação Xique Xique, produtora de frutas na cidade de Triunfo (localizada a mais de 400 quilômetros de Recife), por exemplo, cresceu de tal maneira que o grupo de mulheres deseja abrir um albergue devido à grande demanda de turistas na cidade. “No campo, os efeitos são mais imediatos, pois a cultura patriarcal ainda é muito presente”, explica a coordenadora geral da Casa da Mulher, Graciete Santos.

Segundo a coordenadora, no meio urbano os desafios são diferentes, sendo ligados principalmente ao individualismo.

Parcerias

A ONG realiza atividades ligadas à Rede de Mulheres Produtoras de Pajeú, que por sua vez faz parte da Rede de Mulheres Produtoras do Nordeste. Esta tem como objetivo o fortalecimento político das mulheres, a inserção delas no mercado e a defesa de seus direitos econômicos.

Além das articulações feitas nas duas regiões do estado pernambucano, há também redes formadas em outros estados nordestinos como Bahia, Maranhão e Piauí. Na Bahia, por exemplo, há um grupo de mulheres artesãs bem constituído e que atua em parceria com as mulheres do Pajeú.

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