Debora Diniz conquista Prêmio de Direitos Humanos da USP

Professora do Departamento de Serviço Social foi reconhecida pelo seu trabalho nas áreas de gênero e bioética

 


Tamyris Amaral – Da Secretaria de Comunicação da UnB

 

A professora da UnB Debora Diniz é a vencedora do 10º Prêmio de Direitos Humanos da Universidade de São Paulo (USP), na categoria individual, pela sua contribuição para a difusão, a disseminação e a divulgação dos Direitos Humanos no Brasil. A premiação acontecerá no dia 10 de dezembro, em São Paulo.

“Com toda certeza, o prêmio representa um reconhecimento e chama a atenção para o debate sobre os Direitos Humanos”, ressalta Debora, doutora em Antropologia pela UnB, professora do Departamento de Serviço Social e pesquisadora do Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero (Anis). Debora desenvolve estudos e ações no campo da reprodução humana, com especial atenção aos interesses femininos, além de publicações sobre saúde mental e direitos dos portadores de deficiência física.

Autora de livros, artigos e documentários etnográficos, seus dois últimos livros foram finalistas no Prêmio Jabuti na categoria Melhor Obra de Direito (2007) e Melhor Obra de Saúde (2008). Débora Diniz também produziu seis documentários etnográficos, entre os quais “Uma História Severina”, que recebeu 19 prêmios nacionais e internacionais, e “Solitário Anônimo”, que conquistou 15 premiações de melhor filme em congressos e festivais. “Produzir os filmes permitiu que muitas pessoas, que provavelmente não leriam um livro meu, ao irem a um cinema em busca de entretenimento, aprendam sobre Direitos Humanos”, conta. Os filmes já foram exibidos em 102 festivais, em 21 países.

ANENCÉFALOS – Entre sua militância e pesquisa, Debora Diniz destaca a ampliação do debate sobre o direito da mulher grávida de optar pelo aborto, quando o feto é anencéfalo (com má formação do cérebro ou sem cerebro), como uma conquista que teve grande repercussão. O tema será decidido pelo Plenário Supremo Tribunal Federal (STF). Ela ainda lembra que o aborto e a violência contra a mulher são duas questões importantes que precisam ser tratadas pelas políticas públicas do Brasil.

Para a professora Nair Bicalho, coordenadora do Núcleo de Estudos pela Paz e os Direitos Humanos, a importância do Prêmio USP de Direitos Humanos é máxima. “O Prêmio é concedido por uma das universidades mais importantes do país, e entregue às pessoas de destaque. A professora Debora Diniz é um exemplo, por sua obra acadêmica e militância pelos direitos humanos, principalmente nas áreas de gênero e bioética”. Referência em direitos da mulher, a professora Debora deverá participar da audiência pública proposta pela Câmara dos Deputados para discutir o caso da aluna que foi expulsa da Uniban. Ela manifestou apoio à manifestação de estudantes da UnB que protestaram, sem roupa, contra o machismo e a discriminação sexual. “Há várias formas de abrir o diálogo e a manifestação teve grande repercussão”, afirma.

O Prêmio de Direitos Humanos da USP foi entregue pela segunda vez consecutiva a um professor da UnB. No ano passado, o professor Antônio Augusto Cançado Trindade recebeu o reconhecimento por seus esforços nas áreas de Jurisprudência e Direitos Humanos. A UnB deverá criar até 2010 um programa de mestrado e doutorado destinado a trabalhos relacionados aos Direitos Humanos.

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