Terceiro dia de autocuidado no caminho do Laboratório Feminista do DF

Chegamos ao terceiro dia da jornada de autocuidado e cuidado coletivo entre ativistas com as mulheres do MST do DF e Entorno, hoje usamos a Técnica de Redução de Estresse entre Mulheres. O Cfemea e o MST agora farão atividades nos acampamentos e assentamentos do DF e serão organizadas as mulheres que participarão das etapas presenciais e híbridas do Laboratório a partir de fevereiro de 2026. A ULFA será parte desse processo e suas instalações virtuais ajudarão as mulheres a progredir em sua caminhada.


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Primeiro dia

Segundo dia

Que trem bão! As mulheres de acampamentos e assentamos do DF e Entorno retomaram bem cedinho a jornada. Convivência e vivência coletiva, confiança, criação de laços. Tudo começou com o café da manhã, para as que estão hospedadas no Centro de Educação Popular Gabriela Monteiro e para as que vieram em caronas solidárias e apoiadas financeiramente pelo Cfemea.

Para o Cfemea e para o MST, o autocuidado e o cuidado coletivo entre ativistas é parte da estratégia para fortalecer, proteger, promover as mulheres que estão na lida para transformar o mundo.

Ousamos criar novas formas de nos organizar e novas estratégias para lutar, que dialogam e almejam intensificar esse momento tão fecundo do ativismo das mulheres, evidenciado no surgimento de muitos novos coletivos, nas várias iniciativas artivistas (art+ativismo), em tanta movimentação e protesto pelas ruas e na internet, nas centenas de comunidades virtuais, nos diversos blogs feministas e de mulheres negras, além dos grandes movimentos nacionais de mulheres.

A sustentabilidade do ativismo, para transformar o mundo

Só fortalecendo e ampliando a organização das mulheres vamos ter mais poder de apontar as violações de direitos, denunciar a violência, demandar justiça, criar alternativas, propor mudanças. Ao abrirem espaço na conflitiva e estreita arena política brasileira, os movimentos de mulheres e feminista orientam os processos de mudança pela a justiça socioambiental, a igualdade e o diálogo intercultural. Temos certeza que, democraticamente, é assim que se abrem as possibilidades de um futuro onde tod@s possam viver bem, desenvolver plenamente as suas capacidades, ser livres e ter direitos.

Aprofundar a democracia e garantir direitos é um grande desafio para as mulheres nos movimentos sociais e ativistas.

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Nossas lutas

Foi pela profundidade da nossa crítica feminista e com a força da nossa atuação política que nos instituímos como sujeito político na arena pública e conquistamos a cidadania. Questionamos profundamente a forma como o poder é exercido para dominar as mulheres, desde as relações mais íntimas, no espaço doméstico e familiar, no trabalho produtivo e reprodutivo, nas relações inter-raciais e interétnicas, nos movimentos sociais e no sistema político. Na luta política e democrática, conquistamos espaços que não existiam. Mudamos o mundo! Lutamos pelo fim da ditadura militar e, nas últimas décadas, enfrentamos muitas batalhas pela ampliação dos direitos das mulheres.

Hoje, vivemos uma ofensiva conservadora que ameaça os avanços até agora alcançados, exigindo das ativistas mais cuidado entre si, força para resistir, firmeza e criatividade para mudar esse quadro.

  • criminalização dos movimentos sociais
  • crescimento da onda religiosa, dogmática e fundamentalista
  • crescimento de todo tipo de violência, do racismo, homo/lesbo/transfobia
  • modelo desenvolvimentista injusto e predatório

Autocuidado e cuidado entre ativistas: para avançar na construção de outro mundo possível, com a participação das mulheres.

Citações

“Autocuidado é um ato político, é algo revolucionário pra gente

e perigoso pra quem quer nos oprimir.”

Lidi de Oliveira, PaguFunk

“Nas cidades, no campo e nas florestas brasileiras as ativistas

levantam a bandeira: Nosso corpo, nosso território: não se invade,

não se maltrata e não se viola.”

(autora desconhecida)

“Nos aproximamos pela humilhação,

e formamos laço pela sobrevida e

pela potência de nossas vidas e lutas.”

Tatiana Lionço (ativista do DF – Cia Revolucionária Triângulo Rosa)

Primeiro Território 

Para as mulheres ativistas e que se mexem para transformar o mundo é importante reconhecer que seu primeiro território é o próprio corpo, a dimensão do primeiro afeto. Muitas não percebem que deixam de lado seu corpo, sua saúde e sua vida, para cuidar das outras vidas que a cercam. Anulam-se em função de outros(as). Essa é a origem de suas dores, de seus traumas, de seu adoecimento. Reconhecer-se como seu primeiro território e importante para conhecer e delimitar os demais territórios de cuidado e de luta.

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Esse reconhecimento é importante para o Laboratório Organizacional Feminista, pois cuidando desse território original a gente pode dar os passos para o coletivo que nos inclua como sujeitas e capazes de gerar mudanças, promover revoluções.

Laboratório do DF

Depois dessa jornada, a coordenação, formada pelo Cfemea e pela direção do MST do DF e nordeste de Goiás e Minas, vai organizar Rodas de Autocuidado em todos os Acampamentos e Assentamentos de onde estarão se inscrevendo mulheres para a longa caminhada do Laboratório Feminista do DF, que se iniciará em 2 de fevereiro do próximo ano.

Nessas Rodas, vamos nos conhecer, vamos aprofundar nossos laços e também vamos conversar sobre as dificuldades que temos e termos que enfrentar para a construção autônoma de alternativas econômicas. Uma das questões que trataremos é a dificuldade de ler e escrever. Outra é a necessidade de uma alfabetização digital. Sabendo das dificuldades de cada uma e de cada coletivo, vamos estabelecer estratégias para superar os problemas. Não queremos soltar a mão das companheiras que têm alguma dificuldade. Mas se não tivermos a solução entre nós, vamos procurar meios para apoiar cada uma que queira se alfabetizar, que queira dominar o mundo digital, que queira superar seus limites.

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