A palavra feminismo tem origem francesa e vem da palavra femme, que em francês significa
mulher. Feminismo pode ser então compreendido como tudo aquilo que diz respeito à emancipação
das mulheres. Hoje o feminismo é, entretanto, mais que isto. O feminismo é ao mesmo tempo uma
teoria que analisa criticamente o mundo e a situação das mulheres, um movimento social que luta
por transformação e uma atitude pessoal diante da vida.
Como uma linha de pensamento, ou seja, uma perspectiva teórica, o feminismo procura
explicar a situação das mulheres e elabora continuadamente a crítica e a denúncia da injustiça da
sociedade patriarcal, é uma teoria aberta e em permanente construção. Como atitude, o feminismo é
uma postura cotidiana assumida por cada mulher diante da sua própria vida ao não aceitar ser o ‘tipo de mulher’ que a sociedade impõe que ela seja.
Sempre nos perguntam porque a Universidade Livre Feminista não oferece um curso básico sobre Feminismo. E apesar de não falarmos muito sobre isso para as pessoas em geral, nós discutimos o assunto muitas e muitas vezes, ponderando sobre as necessidades e limitações do que é oferecer algo inicial para quem está chegando no movimento, querendo conhecer e entender mais.
A ideia de criar a Universidade Livre Feminista surgiu em 2008. Em 2009, a Universidade se
concebeu feminista, antirracista e anticapitalista, se reconhecendo parte de um movimento
libertário. Por isto mesmo, fomos buscar também nas experiências dos movimentos
operários europeus, dos finais do século XIX, especialmente em França, Portugal e Espanha,
a ideia básica para criá-la de forma autogestionária. Um desafio e tanto, que a Coletiva
Dinamizadora segue processando dia-a-dia com quem participa da Universidade Livre
Feminista, sua rede de colaboradoras, parceiras.
Os processos educativos sempre constituíram elemento central da práxis feminista, tendo papel
essencial no fortalecimento do próprio movimento feminista. Compreendendo o feminismo
como prática política e pensamento crítico – que tem como centro de sua ação a instituição das
mulheres como sujeito político (individual e coletivo) capazes de transformar a si mesmas e
suas histórias e de transformar a história e condições de vida de outras mulheres –, as práticas
e processos educativos são como o pilar da ação política feminista transformadora.