A universidade está longe de ser um espaço seguro para as mulheres. E esse foi o assunto da primeira live da série “Prosa feminista: pesquisas de mulheres para mudar o mundo”, realizada no dia 6 de abril de 2021.
Conversamos com Milena Barroso, que atua no Programa de Pós-graduação em Serviço Social da Universidade Federal do Amazonas e é professora da Universidade Federal de Sergipe. Ela também é colaboradora da Universidade Livre Feminista e coordenou um estudo que envolveu 1.166 participantes de três universidades públicas do Amazonas. Entre as pessoas que sofreram violências nessas universidades, 74% são mulheres. Além da condição de gênero, estas violências têm relação com a raça, a etnia e a classe social das participantes. Muitas dessas violações não chegam a ser denunciadas.
A proposta da pesquisa é contribuir para desnaturalizar a violência contra as mulheres nas universidades e construir um ambiente universitário sem opressões para todas as pessoas.
A cartilha que apresenta os principais resultados da pesquisa está disponível no site da Universidade Livre Feminista.
Terceira livre do projeto Prosa Feminista. A anemia falciforme é a doença genética que afeta de forma mais aguda a população negra, que também é majoritariamente pobre, no Brasil. Ao mesmo tempo – e não por acaso – ainda é pouco conhecida e invisibilizada. Tão invisível quanto a doença é o seu impacto na vida das mulheres negras que são mães de crianças com anemia falciforme que acessam a atenção básica de saúde.
Na Prosa feminista do dia 8 de junho de 2021, conversamos sobre esta realidade com Uliana Gomes, cientista social, doutoranda em Antropologia pela UFPB e integrante da Abayomi – Coletiva de Mulheres Negras na Paraíba. A conversa foi mediada por Cristina Lima, da secretaria executiva da Universidade Livre Feminista e contou com a participação de Simone Dorneles – intérprete de Libras.
O que são as prosas? Lives mensais que acontecem sempre às primeiras terças-feiras do mês. O objetivo é visibilizar e produção de conhecimento das mulheres dentro da academia e a partir dos coletivos e movimentos feministas e de mulheres.
Publicação do CFEMEA (2010), resultando do processo educativo presencial que deu base para a criação do curso Trilhas Feministas na Gestão Pública, no mesmo ano.
A história das mulheres e o trabalho e as injustiças e desigualdades relacionadas. Texto utilizado na metodologia do Curso Reforma da Previdência: um golpe nos direitos das mulheres, de 2017.
Comunicação de Audre Lorde no painel “Lésbicas e literatura” da Associação de Línguas Modernas em 1977 e publicado em vários livros da autora. Reprodução para fins pedagógicos da campanha da Universidade Livre Feminista (2020).
Feministas são feitas, não nascidas. Não se torna uma defensora da política feminista simplesmente
por ter o privilégio de ter nascido mulher. Como todas as posições políticas, apenas se torna crente
na política feminista através da escolha e da ação. Quando as mulheres se organizaram pela primeira
vez em grupos para conversar juntas sobre a questão do sexismo e da dominação masculina, elas
eram claras de que as mulheres eram socializadas para acreditar no pensamento sexista e os valores
como os homens, a diferença é simplesmente que os homens se beneficiaram do sexismo mais do
que as mulheres e eram como uma consequência menos propensa a abandonar o privilégio
patriarcal. Antes que as mulheres pudessem mudar o patriarcado, tivemos que mudar a nós mesmas;
tivemos que criar nossa consciência. [...]