Simplificando, o feminismo é um movimento para acabar com o sexismo, a exploração sexista e a
opressão. Esta foi uma definição de feminismo que ofereci em Feminist Theory: From Margin to
Center há mais de 10 anos. Era minha esperança naquele momento que se tornaria uma definição
comum que todos usariam. Gostei da definição porque não implicava que os homens fossem
inimigos. Ao nomear o sexismo como o problema, foi diretamente ao coração da questão.
Praticamente, é uma definição que implica que todo pensamento e ação sexista é o problema, seja
aqueles que o perpetuam mulheres ou homens, crianças ou adultos. Também é suficientemente
ampla para incluir uma compreensão do sexismo institucionalizado sistêmico. Como uma definição,
ela é aberta. Para entender feminismo, implica-se que é necessário compreender o sexismo. [...]
Para entender a desigualdade hoje existente é necessário pensarmos nas bases que constroem e solidificam o nosso modo de organização social. Precisamos entender em que moldes econômicos, culturais e políticos estruturam as relações sociais.
Quando falamos em relações sociais, estamos nos referindo aos modos predominantes de contato e trocas entre os grupos sociais. Essas relações sociais são construídas a partir de três elementos fundantes: classe, gênero e raça. Por isso, passaremos a discutir esses elementos separadamente, muito embora saibamos que, na vida cotidiana, eles existem de forma integrada.
Na ciência política, os estudos e definições sobre o fascismo se referenciam no fascismo italiano e no nazismo alemão, da primeira metade do século passado. O fascismo é uma forma política complexa e, desde a perspectiva feminista, buscamos compreender os elementos que se apoiam mutuamente para sustentar esse projeto ideológico (valores, moral, princípios) e de dominação.