Terceira livre do projeto Prosa Feminista. A anemia falciforme é a doença genética que afeta de forma mais aguda a população negra, que também é majoritariamente pobre, no Brasil. Ao mesmo tempo – e não por acaso – ainda é pouco conhecida e invisibilizada. Tão invisível quanto a doença é o seu impacto na vida das mulheres negras que são mães de crianças com anemia falciforme que acessam a atenção básica de saúde.
Na Prosa feminista do dia 8 de junho de 2021, conversamos sobre esta realidade com Uliana Gomes, cientista social, doutoranda em Antropologia pela UFPB e integrante da Abayomi – Coletiva de Mulheres Negras na Paraíba. A conversa foi mediada por Cristina Lima, da secretaria executiva da Universidade Livre Feminista e contou com a participação de Simone Dorneles – intérprete de Libras.
O que são as prosas? Lives mensais que acontecem sempre às primeiras terças-feiras do mês. O objetivo é visibilizar e produção de conhecimento das mulheres dentro da academia e a partir dos coletivos e movimentos feministas e de mulheres.
Publicação do CFEMEA (2010), resultando do processo educativo presencial que deu base para a criação do curso Trilhas Feministas na Gestão Pública, no mesmo ano.
Todo movimento social tem uma causa, suas idéias principais e sua
forma de demonstrar suas posições, como, por exemplo, o jeito de fazer
manifestação de rua, o modo como se reúne, como congrega pessoas novas, a
maneira de divulgar suas idéias, como desenvolve a formação de sua
militância, etc. O uso das cores é um bom exemplo do modo diferente como
cada movimento faz as coisas. No movimento sindical da CUT e no MST é o
vermelho que prevalece, o movimento LGBT usa o arco-íris, o pessoal do
movimento ecológico está sempre usando verde nos seus materiais, para o
feminismo é o lilás.[...]
A história das mulheres e o trabalho e as injustiças e desigualdades relacionadas. Texto utilizado na metodologia do Curso Reforma da Previdência: um golpe nos direitos das mulheres, de 2017.
Comunicação de Audre Lorde no painel “Lésbicas e literatura” da Associação de Línguas Modernas em 1977 e publicado em vários livros da autora. Reprodução para fins pedagógicos da campanha da Universidade Livre Feminista (2020).
Feministas são feitas, não nascidas. Não se torna uma defensora da política feminista simplesmente
por ter o privilégio de ter nascido mulher. Como todas as posições políticas, apenas se torna crente
na política feminista através da escolha e da ação. Quando as mulheres se organizaram pela primeira
vez em grupos para conversar juntas sobre a questão do sexismo e da dominação masculina, elas
eram claras de que as mulheres eram socializadas para acreditar no pensamento sexista e os valores
como os homens, a diferença é simplesmente que os homens se beneficiaram do sexismo mais do
que as mulheres e eram como uma consequência menos propensa a abandonar o privilégio
patriarcal. Antes que as mulheres pudessem mudar o patriarcado, tivemos que mudar a nós mesmas;
tivemos que criar nossa consciência. [...]