
Terceira livre do projeto Prosa Feminista. A anemia falciforme é a doença genética que afeta de forma mais aguda a população negra, que também é majoritariamente pobre, no Brasil. Ao mesmo tempo – e não por acaso – ainda é pouco conhecida e invisibilizada. Tão invisível quanto a doença é o seu impacto na vida das mulheres negras que são mães de crianças com anemia falciforme que acessam a atenção básica de saúde.
Na Prosa feminista do dia 8 de junho de 2021, conversamos sobre esta realidade com Uliana Gomes, cientista social, doutoranda em Antropologia pela UFPB e integrante da Abayomi – Coletiva de Mulheres Negras na Paraíba. A conversa foi mediada por Cristina Lima, da secretaria executiva da Universidade Livre Feminista e contou com a participação de Simone Dorneles – intérprete de Libras.
O que são as prosas? Lives mensais que acontecem sempre às primeiras terças-feiras do mês. O objetivo é visibilizar e produção de conhecimento das mulheres dentro da academia e a partir dos coletivos e movimentos feministas e de mulheres.
Programa de rádio sobre os impactos da Reforma da Previdência (2019) sobre a vida das mulheres, especialmente das mulheres negras.
Todo movimento social tem uma causa, suas idéias principais e sua
forma de demonstrar suas posições, como, por exemplo, o jeito de fazer
manifestação de rua, o modo como se reúne, como congrega pessoas novas, a
maneira de divulgar suas idéias, como desenvolve a formação de sua
militância, etc. O uso das cores é um bom exemplo do modo diferente como
cada movimento faz as coisas. No movimento sindical da CUT e no MST é o
vermelho que prevalece, o movimento LGBT usa o arco-íris, o pessoal do
movimento ecológico está sempre usando verde nos seus materiais, para o
feminismo é o lilás.[...]
A história das mulheres e o trabalho e as injustiças e desigualdades relacionadas. Texto utilizado na metodologia do Curso Reforma da Previdência: um golpe nos direitos das mulheres, de 2017.
Comunicação de Audre Lorde no painel “Lésbicas e literatura” da Associação de Línguas Modernas em 1977 e publicado em vários livros da autora. Reprodução para fins pedagógicos da campanha da Universidade Livre Feminista (2020).
A interseccionalidade já era uma realidade vivida antes de virar um termo
Feministas são feitas, não nascidas. Não se torna uma defensora da política feminista simplesmente
por ter o privilégio de ter nascido mulher. Como todas as posições políticas, apenas se torna crente
na política feminista através da escolha e da ação. Quando as mulheres se organizaram pela primeira
vez em grupos para conversar juntas sobre a questão do sexismo e da dominação masculina, elas
eram claras de que as mulheres eram socializadas para acreditar no pensamento sexista e os valores
como os homens, a diferença é simplesmente que os homens se beneficiaram do sexismo mais do
que as mulheres e eram como uma consequência menos propensa a abandonar o privilégio
patriarcal. Antes que as mulheres pudessem mudar o patriarcado, tivemos que mudar a nós mesmas;
tivemos que criar nossa consciência. [...]