A proposta desta trilha é dialogarmos sobre a história das lutas feministas, entendendo essa história como um processo diverso, dinâmico e em permanente reconstrução. Estamos especialmente preocupadas em apresentar perspectivas contra-hegemônicas da história do feminismo no Brasil a partir de experiências para além da academia e do Sudeste.
Sugestões de leitura
No “Guia de investigação Feminista”, Priscilla Brito fala sobre ausência de leituras atualizadas e acessíveis sobre a história do movimento feminista brasileiro e apresenta diversas sugestões de leituras que nos ajudam a conhecer essa história a partir de diferentes perspectivas.
Em “Por um feminismo afro-latino-americano”, Lélia Gonzalez reflete sobre a articulação entre feminismo e racismo na América Latina. Ao mesmo tempo que ela reconhece a força do feminismo na luta contra o patriarcado e o capitalismo, tece uma crítica ao movimento por não evidenciar as dimensões raciais, demorando a incorporar as questões das mulheres negras em suas lutas.
No texto “Marcha das Margaridas 2019”, você poderá conhecer a história das Marchas das Margaridas e os caminhos trilhados pelas mulheres do campo, da floresta e das águas e do conjunto de movimentos que fazem desta Marcha uma das mais importantes ações feministas do Brasil.
No texto “Feminismos no Nordeste brasileiro: histórias, memórias e práticas políticas”, Mary Ferreira recupera a história da ação feminista no Nordeste brasileiro, demarcando a importância de evidenciar histórias do movimento feminista para além do eixo Rio-São Paulo.
Em “Faces da luta das mulheres negras na Amazônia”, Maria das Dores do Rosário Almeida, Farias Malcher e Nilma Bentes resgatam a trajetória do movimento de mulheres negras na Amazônia na luta por direitos e contra os projetos de desenvolvimento impostos pelo sistema capitalista, racista e patriarcal na região.
Questões para debate
- Contar a história do feminismo é fazer perguntas, mais do que chegar a respostas definitivas. No nosso Guia de investigação e nas Leituras Indicadas, sugerimos um deslocamento, saindo do Sudeste e dando visibilidade às lutas feministas do Norte, do Nordeste e também das mulheres negras e campesinas. Você conhece a história destes outros feminismos? O que você pode aprender com essas lutas?
Vídeos relacionados
No vídeo Um pouco de história do feminismo no Brasil, Schuma Schumaher (@xumaschuma), ativista feminista antirracista, escritora, coordenadora executiva da REDEH – Rede de Desenvolvimento Humano e integrante da Articulação de Mulheres Brasileiras (@amb_feminista) e da #partidA (@partidafeminista), resgata um pouco da história do movimento feminista no Brasil, e a entrelaça a própria sua trajetória como mulher e militante feminista. Ela destaca momentos importantes como a luta contra a ditadura e a redemocratização do país, a participação do movimento feminista na Constituinte, o papel decisivo das mulheres negras no feminismo brasileiro, a primavera feminista e a luta contra a violência contra as mulheres.