Nesta trilha, vamos dialogar sobre experiências historicamente silenciadas dentro dos debates e espaços feministas. Especificamente, trataremos das questões das mulheres com deficiência, das mulheres indígenas, do feminismo negro, do feminismo lésbico, e do transfeminismo.
Sugestões de leitura
“Transformação dos silêncios em linguagem e ação”, de Audre Lorde. Esse foi o texto que inspirou o nome desta trilha. Ele nos provoca a pensar sobre a importância da fala e da linguagem como forma de luta.
Em “Feminismo Lésbico: experiência, teoria e ação política”, Verônica Ferreira traz um panorama geral sobre as questões teóricas e políticas apontadas pelo feminismo lésbico.
Em “Incluindo todas as mulheres”, Fernanda Vicari e Cristiana Kenne compartilham aprendizados e sugestões sobre como criar espaços educativos inclusivos.
“Mulheres denunciam que seus Territórios, Corpos e Espíritos estão sendo invadidos” é uma reportagem que narra a mobilização das Mulheres Indígenas na primeira marcha, ocorrida em 2019, e apresenta o Manifesto desta luta!
“O que é Transfeminismo”, de Hailey Kaas, comenta a importância da auto-organização das transfeministas e apresenta as principais pautas defendidas pelo movimento.
Em “Porque a interseccionalidade não pode esperar”, Kimberlé Crenshaw apresenta e defende a importância da abordagem interseccional para alcançarmos justiça social. Texto traduzido e disponibilizado pelas Blogueiras Feministas.
Questões para debate
- Anticapacitismo e mulheres com deficiência. Ainda é incipiente o debate sobre o anticapacitismo nos espaços feministas. As mulheres com deficiência lutam por maior participação política e por uma sociedade que acolha as diferenças. Com quantas mulheres com deficiência você já conversou sobre feminismo? O feminismo que você conhece dá conta das experiências e opressões vivenciadas pelas mulheres com deficiência?
- Feminismo Negro. As tensões raciais dentro do movimento de mulheres são tão antigas como a própria formação desse campo político. As denúncias sobre a inviabilização das experiências das mulheres negras dentro do feminismo seguem transformando a luta feminista de forma contínua. Como você se relaciona e aprende com a luta das mulheres negras? Como você conecta a luta contra o sexismo às lutas contra o racismo e o capitalismo na sua prática feminista?
- Feminismo Lésbico. Embora a associação entre lesbianidade e feminismo seja feita de forma constante, muitas vezes ela é pejorativa e nem sempre a discussão política sobre essa relação é visibilizada dentro dos espaços feministas. As experiências das mulheres lésbicas provocam ruptura no sistema heteropatriarcal e nos ajudam a pensar sobre estrutura do patriarcado. Como as experiências lésbicas impactam o nosso enfrentamento ao patriarcado? O seu feminismo acolhe e luta pela emancipação das mulheres lésbicas?
- Transfeminismo. O transfeminismo pauta a experiência identitária do ponto de vista do gênero. Embora tenha intersecções com a questão da sexualidade, a transexualidade não diz respeito ao fato da pessoa ser hétero, homo ou bissexual e sim sobre como ela deseja experienciar o gênero. Como suas práticas feministas dialogam com as transfeministas? Como você se relaciona e aprende com a luta das pessoas trans?
- Mulheres Indígenas. O feminismo ainda precisa lidar com a ampla invisibilidade das mulheres indígenas de diversos povos espalhados pelo Brasil em relação às mulheres não indígenas. A resistência dos povos indígenas tem se dado através de articulações com outros movimentos sociais, especialmente o feminista. Educação, saúde, enfrentamento à violência, demarcação de territórios e defesa da natureza. Como o movimento feminista e o movimento de mulheres indígenas vêm dialogando e construindo pautas de forma articulada?
Vídeos relacionados
Poesia Uma ladainha pela sobrevivência, de Audre Lorde, declamada por Maria Lúcia (Malu) de Oliveira, integrante da Cunhã Coletivo Feminista e colaboradora da Universidade Livre Feminista.
Poesia Ânsia de Mulher, de Odailta Alves, declamada por Cristina Lima, Secretária Executiva da Universidade Livre Feminista.
No vídeo Mulher com deficiência e feminismo, Fernanda Vicari, militante do Coletivo Feminista Helen Keller – @coletivohelenkeller – e colaboradora da @ulivrefeminista, fala um pouco sobre os desafios enfrentados pelas mulheres com deficiência na organização política e a importância de construirmos espaços de diálogo horizontais para que possamos construir lutas que contemplem toda a nossa diversidade!
No vídeo Feminismo Negro e luta antirracista, Luciana Cândido Barbosa (@lucianacandidobarbosa), militante paraibana da Articulação de Mulheres Brasileiras, fala sobre como as mulheres negras vêm desafiando e transformando o feminismo brasileiro nas últimas décadas. Ela destaca a importância de conectarmos a luta contra o sexismo às lutas contra o racismo e o capitalismo e compartilha os valores defendidos pelo feminismo negro.
No vídeo Feminismo Lésbico, Verônica Ferreira (@veronicaferreira9980), militante da Articulação de Mulheres Brasileiras e do Fórum de Mulheres de Pernambuco, fala um pouco sobre as contribuições do feminismo lésbico para a luta feminista.
No vídeo Mulheres indígenas e invisibilidade, Merlane Tiriyo (@merlanetiriyo), militante da Articulação de Mulheres Brasileiras e ativista do movimento dos Povos Indígenas, fala da invisibilidade das mulheres indígenas de diversos povos espalhados pelo Brasil em relação às mulheres não indígenas.