Leonardo Guandeline, O Globo
SÃO PAULO – O júri absolveu, na tarde desta quinta-feira, a biomédica Aparecida Helena Gonçalves, de 43 anos, acusada de fazer aborto e ocultar o feto em 2003, na cidade de Taiaçu, no interior de São Paulo. O julgamento, que teve início por volta das 9h e terminou às 13h20m, aconteceu no Fórum de Jaboticabal, a 342 km de São Paulo.
Aparecida Helena, durante o julgamento, disse que praticou o aborto sob pressão e levada por problemas emocionais. Ela estava grávida de aproximadamente 24 semanas quando teria sido coagida a abortar por um namorado, no fim de outubro de 2003. Mãe de dois filhos, a biomédica havia acabado de se separar do marido quando teve um relacionamento com um outro rapaz, suposto pai da criança. A pedido dos filhos, Maria Helena estava disposta a reatar com o marido, mas o rapaz disse que não aceitaria que o filho fosse criado por outro homem.
No júri, Aparecida Helena Gonçalves admitiu ter tomado o abortivo Citotec. Após expelido, o feto foi colocado em uma sacola e levado para uma fazenda no município de Monte Alto, na mesma região. O suposto pai da criança, que teria ajudado a biomédica durante o aborto, teve o processo suspenso após acordo com o Ministério Público.
Durante o julgamento, o promotor de Justiça Paulo Arantes retirou a acusação de ocultação de cadáver, mas manteve a de aborto. O júri, formado por sete pessoas, no entanto, decidiu absolver a biomédica.
fonte: http://www.ccr.org.br/a_noticias_detalhes.asp?cod_noticias=8849