Adital – Há dois anos em vigor a lei que despenaliza a interrupção da gravidez na capital do país, pouco mais de 30 mil mulheres cederam a este direito, informou Minerva Santamaría Hernández, coordenadora da Rede Nacional Católicas de Jovens pelo Direito de Decidir.
Não obstante, a ativista afirmou que o número de mulheres beneficiadas poderia ser maior se se pusessem em marcha campanhas nos meios de comunicação para difundir as "bondades" da interrupção legal da gravidez (ILE).
Nesse sentido, Santamaría Hernández, externou sua preocupação pelos recortes orçarem fatos ao Governo do Distrito Federal e que afetam a implementação de eficientes e suficientes campanhas de difusão sobre a ILE.
Durante a atividade realizada por 30 jovens provenientes de 16 entidades da República no Zócalo capitalino para informar à população a respeito dos avanços que em matéria de direitos sexuais e reprodutivos experimentou o Distrito Federal – como a entrada em vigor da ILE e a distribuição de 500 mil exemplares do livro Tu futuro en libertad, em preparatórias e universidades-, repartiram-se mil folhetos informativos .
Os participantes da atividade destacaram ante os transeuntes a necessidade de saber que no interior da Igreja Católica, além do "rosto duro e forte" dos hierarcas católicos conservadores, também habita uma "identidade católica progressista" que defende a vida, a saúde, os direitos e a dignidade de todas as mulheres.
A ILE foi aprovada pela Assembleia Legislativa do Distrito Federal em 24 de abril de 2007 e até o momento é a única em todo o país que permite às mulheres decidir se desejam concluir a gravidez ou interrompê-la sempre e desde que não tenham decorrido mais de 12 semanas de gestação.
"É uma lei bondosa, integral, moderada porque fala de equação sexual integral, que protege a vida e saúde das mulheres sobretudo das mais pobres. Constitui um avanço que garante a liberdade de consciência da cada uma de nós", disse Santamaría Hernández.
A ativista falou sobre as modificações das constituições em 16 estados da República, às que qualificou como "retrocessos", pois inibem o direito das mulheres de decidir sobre seu próprio corpo. "Por isso é importante difundir entre as capitalinas o que sucede com as mulheres de outras partes do país".
Por último, Minerva Santamaría se mostrou confiante em que os avanços obtidos em matéria de direitos sexuais e reprodutivos na Cidade do México não se reverterão.
"Afortunadamente contamos com um governo que nos vai ajudar a proteger a saúde e a vida das mulheres. Não sabemos se haverá mais avanços dos grupos conservadores, mas cremos que o Governo do Distrito Federal seguirá respeitando e sobre tudo gerando leis para proteger a vida e a saúde de suas cidadãs e cidadãos".
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