Fabiana Uchinaka – do UOL Notícias
As mulheres ainda vivem mais e são maioria em quase todas as regiões do país, mas aquela velha história de que "sobra mulher" no Brasil está prestes a virar mito. Há 5,1 milhões de mulheres (quase uma população do Paraguai, que é de 6 milhões de pessoas) a mais do que homens.
Já faz anos que a proporção entre os sexos vem se aproximando no país e o número finalmente se igualou na região Norte do país. É o que revela a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) divulgada nesta sexta-feira (17) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Pnad: o perfil do brasileiro
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De acordo com o levantamento, o Brasil tem 92,4 milhões de homens e 97,5 milhões de mulheres. Ou seja, 0,95 homem para cada mulher. Mas o demógrafo Morvan Moreira, diretor de pesquisas sociais da Fundação Joaquim Nabuco, avisa: dificilmente a proporção se inverterá e o número de homens ultrapassará o de mulheres.
"Estatisticamente, percebemos que nascem muito mais homens do que mulheres, provavelmente por uma questão genética. Mas eles também morrem muito mais, por questões ligadas ao estresse da sobrevivência e, entre os jovens, por causas violentas. Para se ter uma ideia, na faixa dos 15 aos 35 anos, os homens morrem até cinco vezes mais do que as mulheres", explica.
O levantamento do IBGE revela que as meninas de até 4 anos são minoria e representam 6,9% do total da população, enquanto os homens na mesma faixa etária somam 7,5%. Já entre os mais velhos, com mais de 60 anos, a proporção é de 12,1% de mulheres contra 10% de homens.
Segundo Moreira, as mortes de mulheres aumentaram com a entrada de
las no mercado de trabalho e na provisão dos lares. Por outro lado, as mulheres têm um cuidado muito maior com a saúde do que os homens. "Elas se cuidam mais, vão mais ao médico e, por isso, vivem mais", afirma.
Isso explica a proporção entre as pessoas com mais de 50 anos (0,8 homem para cada mulher) e, principalmente, entre a população com mais de 70 anos (0,7 homem para cada mulher). Os homens morrem mais cedo, em média.
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