Karol Assunção *
Adital – A sociedade cearense conta com mais uma ferramenta de monitoramento e prevenção à violência contra a mulher: o Observatório de Violência Contra a Mulher (Observem). O Observatório, lançado na semana passada, tem o objetivo de reforçar as redes de apoio à mulher e acompanhar as políticas públicas destinadas a esse segmento da sociedade.
De acordo com Maria Helena de Paula, coordenadora do Observem, o projeto é fruto de dez anos de estudos do Grupo de Pesquisa Gênero, Família e Geração de Políticas Sociais da Universidade Estadual do Ceará (Uece). Para ela, a intenção é monitorar e analisar os dados estatísticos de violência para, assim, poder direcionar políticas públicas mais eficazes de combate e prevenção à violência contra a mulher.
Até agora, o Observatório recolheu e disponibilizou em seu site dados de casos de violência registrados entre janeiro de 2009 e abril de 2010. Os casos são divididos por mês, horário em que ocorreu, bairro, grau de instrução e estado civil da mulher, e grau de instrução, sexo e nível de relacionamento do indiciado com a vítima.
No mês de julho do ano passado, por exemplo, Fortaleza registrou 1016 casos de violência contra a mulher. Com base nos dados colhidos nesses 16 meses de monitoramento do Observem, os horários com predominância de violência são entre as 19h e 20h, com 1107 e 1099 casos registrados, respectivamente.
"Queremos saber quais os meses, os horários e os bairros que mais ocorrem essa violência para direcionar melhor a política, o trabalho com os homens…", afirma, destacando a importância de também discutir os aspectos culturais da sociedade. "O machismo em nossa sociedade ainda é muito forte, principalmente no Nordeste e no Ceará", comenta.
Segundo a coordenadora do Observem, o próximo passo do projeto é a análise dos dados recebidos e a elaboração de um boletim. "A ideia é interpretar esses dados e fornecê-los à rede de apoio às mulheres para contribuir na elaboração de políticas públicas", declara.
Além dos dados, o Observem ainda disponibiliza no site pesquisa em jornais, artigos científicos, monografias, dissertações, revistas e documentos oficiais nacionais e internacionais sobre o assunto.
Para conhecer mais o Observatório, acesse: http://www.observem.com/index.php
* Jornalista da Adital