“Uma mortalha de papel para aqueles que não têm sepultura” 

Estamos começando um novo projeto no Instagram sobre livros escritos por mulheres e literatura! A cada sexta-feira, a ideia é conversar um pouco com quem nos acompanha nesta rede social sobre uma obra que consideramos relevante para nossos debates e lutas feministas.
Em maio, estamos falando de obras que discutem a maternidade a partir de perspectivas diferentes. O primeiro livro foi Um amor conquistado: o mito do amor materno, de Elizabeth Badinter, e hoje nosso post no Instagram foi sobre o A mulher dos pés descalços, de Scholastique Mukasonga. Abaixo reproduzimos o que publicamos por lá:

O livro A mulher dos pés descalços, da autora ruandesa Scholastique Mukasonga, foi escrito em memória de sua mãe, Stefania. Simboliza esta mortalha para uma filha que não conseguiu enterrar a mãe com dignidade. A obra de Mukasonga traz a força, a dor e principalmente a resistência das Mães-Guerreiras que lutaram pela sobrevivência da etnia tutsi, durante a Guerra Civil de Ruanda.A mãe de Mukasonga foi uma entre as milhares de pessoas de sua etnia assassinadas durante o conflito, no início da década de 1990.

 
A Mulher dos pés descalços é, entre muitas questões, também um retrato de como a maternidade se apresenta de forma diferenciada para as mulheres negras, seja qual for o contexto. 
 
Num mês em que debatemos a maternidade e também o racismo a partir da mentira da Lei Áurea, vale a pena refletir. De que maternidade estamos falando? A partir de que pontos de vista e privilégios?
O livro foi lançado em 2008 e publicado no Brasil pela primeira em 2017, pela Editora Nós, com tradução de Marília Garcia. Scholastique Mukasonga esteve no Brasil durante a Festa Literária Internacional (Flip), no ano passado, e o debate foi muito rico. Aproveitamos para recomendar um texto bem legal sobre a autora e o livro no site das Valkirias.

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