Da Associated Press
Sakineh Mohammadi Ashtiani, de 43 anos, foi condenada a apedrejamento. Porta-voz disse que Lula tem personalidade ‘emotiva e humana’.
O Irã sinalizou nesta terça-feira (3) que deve rejeitar a proposta do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, para abrigar a iraniana condenada a morrer apedrejada por adultério. O caso de Sakineh Mohammadi Ashtiani, de 43 anos, levantou uma polêmica internacional e fez com que o governo adiasse a sentença dela, que pode ser mudada para a forca.
“Que eu saiba, [o presidente Luiz Inácio Lula] da Silva tem uma personalidade muito humana e emotiva e provavelmente não recebeu informações suficientes sobre o caso”, disse o porta-voz do ministério das Relações Exteriores iraniano, Ramin Mehmanparast.
Segundo ele, mais informações seriam repassadas a Lula para esclarecer a condição de uma pessoa “condenada por cometer um crime”. Segundo autoridades iranianas, ela também é condenada por assassinato.
No sábado, Lula propôs que seu país recebesse Sakineh Mohamadi Ashtiani, mãe de dois filhos, condenada em 2006 por ter mantido “uma relação ilegal” com dois homens depois da morte de seu marido, e também por assassinato e outros crimes, segundo a agência Irna. “Quero fazer um apelo a meu amigo [o presidente iraniano Mahmud] Ahmadinejad, ao líder supremo do Irã [Ali Khamenei], e ao governo do Irã para permitir que o Brasi possa receber a mulher”, disse Lula durante uma visita a Curitiba.
Os Estados Unidos apoiaram a proposta brasileira. “Se o Brasil está disposto a aceitá-la, esperamos que o Irã considere isso como um gesto humanitário. O fato de o Brasil demonstrar atitude indica vontade de resolver e esperamos que o Irã escute”, disse o porta-voz do Departamento de Estado americano Philip Crowley.