"O aborto tem que ser o tema central da luta das mulheres neste momento"

perci3Entrevista com a candidata a deputada federal no Distrito Federal pelo PCO, Perci Marrara, representante do coletivo de mulheres Rosa Luxemburgo


Jornal Causa Operária: Qual a posição do Partido da Causa Operária em relação ao aborto?

Perci Marrara: O PCO, através do seu coletivo de mulheres Rosa Luxemburgo, defende a legalização do aborto, como um direito de decidir que as mulheres têm sobre seu corpo e como um problema de saúde pública.

Jornal Causa Operária: Como o partido avalia a intensa campanha que está sendo feita contra o aborto?

Perci Marrara: Esta é uma campanha da direita, articulada internacionalmente como uma maneira de perseguir, restringir os direitos democráticos das mulheres.

O partido avalia essa campanha como uma onda repressora que tende a restringir os direitos de toda população e usa o aborto como uma lança, uma ponta na frente desta campanha, pelo aborto ter um apelo moral e a campanha está sendo levada de maneira muito especial pela igreja católica então este apelo se amplia nas camadas mais conservadoras da sociedade. O Caráter desta ofensiva está tão grande que o exemplo mais grotesco foi o caso do Mato Grosso do Sul, onde quase 10 mil mulheres foram processadas e indiciadas por causa do aborto dentre elas, mais de mil já foram acusadas e pagam penas alternativas.
Por conta desta ofensiva, o PCO avalia que a luta contra o aborto tem que ser o tema central da luta das mulheres neste momento, por direitos democráticos, e não apenas das mulheres, mas de toda a população, no sentido de garantir a verdadeira emancipação da mulher.

Jornal Causa Operária: Quais são as condições da saúde pública no Distrito Federal e quais as propostas do PCO para este setor?

Perci Marrara: A situação da saúde pública no DF é de verdadeiro caos, mas não é exclusividade do Distrito Federal, o país inteiro sofre com isso. No entanto, lá estamos exigindo de maneira muito particular por conta da política aplicada pelo ultimo governo que tem sido continuado pelo governo, eleito pela câmera legislativa, o Rogério Rosso, do PMDB. Enquanto no governo anterior os escândalos mostravam dinheiro sendo colocado nas meias, nas pastas e nas bolsas, nos hospitais públicos, falta tudo, a ponto de faltar inclusive esparadrapo para procedimentos básicos de qualquer centro de saúde.
O partido entende que saúde é um direito de toda população, saúde de qualidade. Para garantir isto seria necessário um investimento amplo na área e para conseguir este investimento, seria necessário acabar com todo o subsídio destinado aos capitalistas da saúde e a partir daí garantir contratação de servidores da área da saúde, com salários que contemplem as suas atividades e um amplo investimento no sentido de inclusive estatizar o serviço público de saúde e mantê-lo sobre controle da população para que ele possa ser de qualidade e garantir essa necessidade, um direito fundamental. Aproveitando o tema do aborto, o partido entende que este é um problema de saúde pública também, então a maternidade precisa ser tida como uma questão especial no atendimento a saúde da mulher, inclusive para garantir não apenas aquelas que querem interromper uma gestação, mas daquelas que querem levar a diante a sua gestação, com atendimento de qualidade, pré-natal, não apenas no aspecto da saúde inclusive, mas educação, creches para que as mulheres tenham o direito de exercer plenamente a sua maternidade, mas também o direito de interromper quando este for o seu verdadeiro desejo.

fonte: www.pco.org.br

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