Transmissão
Assim como os vírus da dengue e do chikungunya, o vírus da zika é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. A falta de saneamento básico potencializa o risco de disseminação da doença e afeta a população mais pobre e em especial as mulheres negras.
Segundo o Mapa da Dengue, do Ministério da Saúde, a ausência de saneamento facilita o surgimento de criadouros do Aedes aegypti. No nordeste, o que o principal problema é o abastecimento irregular de água porque leva a população a usar caixas d’água, potes e barris. Mal tampados, esses pequenos reservatórios são ideais para o mosquito procriar devido à água parada, limpa e em pouca quantidade. Já no norte, os focos estão mais relacionados ao lixo, onde o problema são as garrafas plásticas, tampinhas, pneus e outros recipientes onde a água da chuva se acumula com rapidez.
Sintomas
Trata-se de uma doença viral aguda, cujos principais sintomas são febre intermitente, erupções na pele, coceira e dor muscular, em geral mais amenos do que a dengue. Em geral, eles desaparecem espontaneamente após 3-7 dias.
A maior preocupação é em relação às mulheres grávidas, desde que o Ministério da Saúde levantou a hipótese de que aumento do número de casos de microcefalia tem relação com contaminação pelo vírus zika. Atualmente, o Ministério da Saúde investiga 3.670 casos suspeitos de microcefalia.
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Vacina
Nesta segunda-feira (8), a OMS (Organização Mundial de Saúde) informou que pelo menos doze grupos de pesquisa estão trabalhando na criação de vacinas contra o zika vírus. Todos esses trabalhos, no entanto, estão nas fases iniciais e podem levar alguns anos para serem liberados. A OMS está selecionando pesquisas existentes na área para determinar quais devem ter prioridade. O laboratório francês Sanofi anunciou nesta terça-feira (9), que espera começar “em um ano” os testes clínicos relacionados a vacina contra o vírus zika. A expectativa é que esse produto esteja pronto em três anos, segundo o diretor-geral da empresa, Olivier Brandicourt.
Origem
Segundo o site do Ministério da Saúde, o vírus Zika foi isolado pela primeira vez em primatas não humanos em Uganda, na floresta Zika em 1947 (por isso ele leva esse nome). Entre 1951 a 2013, evidências sorológicas em humanos foram notificadas em países da África (Uganda, Tanzânia, Egito, República da África Central, Serra Leoa e Gabão), Ásia (Índia, Malásia, Filipinas, Tailândia, Vietnã e Indonésia) e Oceania (Micronésia e Polinésia Francesa).
Nas Américas, o Zika Vírus somente foi identificado na Ilha de Páscoa, território do Chile no oceano Pacífico, no início de 2014. E no Brasil, a primeira notificação foi em abril de 2015. Segundo a Fiocruz, preocupa o fato de que o vírus tem se espalhado cinco vezes mais rápido do que a dengue.
Já o mosquisto Aedes Egypti foi erradicado no Brasil em 1955. Em 1973 ele reapareceu e foi eliminado, mas em 1976, voltou e o Governo Brasileiro nunca mais conseguiu contê-lo. Débora Diniz aponta como hipóteses falhas na vigilância epidemiológica, a crescente urbanização do país; e até questões ambientais como a do aquecimento global.