Pela primeira vez após quase 70 anos de história, o Conselho de Segurança das Nações Unidas será presidido neste mês por uma mulher árabe, a embaixadora jordaniana Dina Kawar. Segundo o Portal G1, a embaixadora jordaniana lamentou que no mundo muita gente tenha apenas “uma imagem da mulher árabe” e seja difícil superar esse estereótipo no qual ela não encaixa.
“Às vezes me perguntam, por que você não é como uma mulher árabe? E eu respondo que sou uma mulher árabe. (…) Se não se encaixa na imagem do que acreditam ser uma mulher árabe, então eles acham que você não é uma”, explicou na citada entrevista.
Com relação ao futuro, Dina espera ver uma maior “igualdade” entre mulheres e homens nos países árabes e que as mulheres tenham mais confiança em si mesmas e se ajudem.
A situação das mulheres árabes é tema de alguns debates entre os movimentos feministas. Para muitas, a cultura mulçumana impõe comportamentos que são ainda mais opressoras do que na cultura cristã-ocidental. Para saber mais:
Artigos do “Oriente Médio em foco” sobre feminismo no Islã;
Revista Planeta sobre Feminismo Árabe;
Livro “Sobre a autonomia do feminismo árabe” [Em espanhol].
Sobre Dina Kawar
Kawar assumiu nesta semana o posto que corresponde a seu país dentro da rotação mensal na qual os membros dividem a presidência do principal órgão de decisão das Nações Unidas. Ela é uma das quatro mulheres que atualmente fazem parte do Conselho de Segurança, que em 2014 teve a maior presença feminina de sua história, com seis representantes permanentes.
Em seu país, a embaixadora perante a ONU foi uma das primeiras mulheres no serviço diplomático, chegando ao cargo por desejo expresso do rei Abdullah II, explicou a funcionária em recente entrevista. Antes de chegar às Nações Unidas no ano passado, Kawar foi embaixadora na França entre 2001 e 2013 e durante parte desse período, se ocupou também das relações de seu país com Portugal e o Vaticano.
“Estar no Conselho de Segurança e representar meu país é uma honra enorme para mim”, disse Kawar em sua entrevista ao site Al Monitor, na qual reconheceu que desde seu posto trata também de representar todas as mulheres árabes.