O Observatório Brasil da Igualdade de Gênero lançou nesta quinta (15), a edição especial da Revista da entidade. Participaram do coquetel de lançamento aproximadamente 400 delegadas e delegados dos 53 países da América Latina e do Caribe, reunidas em Brasília por ocasião da XI Conferência Regional sobre a Mulher da região. A publicação foi recebida com bons olhos pelos convidados presentes, pois aborda assuntos discutidos no evento, além de conter entrevistas com importantes especialistas da área de gênero.
A edição conta com um artigo de Alicia Bárcena, secretária-executiva do Comitê Econômico para América Latina e Caribe (Cepal), no qual aponta os indicadores das mudanças que têm acontecido nos últimos anos: climáticas, tecnológicas, demográficas e culturais. Ela ressalta a importância do desenvolvimento presenciado nos dias de hoje, que proporcionam uma globalização mais justa e permite uma consciência coletiva sobre os bens públicos globais, de forma a vivenciar a igualdade entre homens e mulheres.
A revista traz também, um artigo sobre o trabalho doméstico remunerado na América Latina. A especialista da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para a América Latina, Maria Elena Valenzuela, defensora de trabalho decente para as trabalhadoras domésticas, apresenta um retrato das situações vividas em diversos países da região.
De acordo com a especialista, esse tipo de ocupação continua sendo a mais importante para as mulheres da região, em torno de 14%. No Brasil e na Argentina esse número chega a 17%, no Urugai 18% e no Paraguai 20%. A remuneração para essas trabalhadoras é em média de um salário mínimo.
Maria Elena Valenzuela aponta uma falha na legislação, pois os direitos protegidos para a classe não são iguais para os demais trabalhadores. Declara que é preciso um marco regulatório que garanta direitos como: contrato formal, jornada regulada, fixação da remuneração, cobertura de previdência social e proteção à maternidade.
Sonia Montaño, atual diretora da Divisão de Assuntos de Gênero da Cepal, em entrevista, traça uma breve retrospectiva das conferências regionais anteriores, fazendo um balanço dos resultados até aqui alcançados.
A professora Maria da Conceição Tavares, uma das mais renomadas economistas brasileiras, respondeu às perguntas sobre a crise financeira global que abalou o mundo em 2008 e refletiu sobre seus impactos – em especial, sobre a vida das mulheres. Também, analisou o contexto atual das relações internacionais contemporâneas e as expectativas sobre o futuro.
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