Bom Dia Brasil
A inflação voltou a preocupar. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, começou a discutir os cortes com a presidente Dilma Rousseff.
No caixa do governo, a hora é de cortar gastos também. E o dilema: onde vai haver os cortes? Ninguém quer abrir mão dos seus projetos. É uma conta difícil de fechar quando se discute aumento do salário mínimo e do Bolsa Família. A equação é complicada.
A nova ministra do Planejamento, Miriam Belchior, promete encarar de frente o desafio. Segundo ela, o Brasil pode fazer mais com menos. É claro que, para isso, o governo vai precisar melhorar muito a qualidade do gasto público.
A ministra deixou claro também que vai ter ajuste no orçamento para adequá-lo à Receita. São os cortes. Eles vão ser feitos, admitiu a ministra do Planejamento, Miriam Belchior. Ela adiantou o que pode ficar de fora.
“Acredito que os gastos de custeio não podem ser satanizados. Não abriremos mão de prestar serviços públicos à população, pois assim determina nossa Constituição. É possível fazer mais com menos”, afirmou a ministra do Planejamento, Miriam Belchior.
Para o economista Marcelo Piancastelli, especializado em contas públicas, não tem segredo: a hora é de definir prioridades.
“Em geral, no início do ano, se contingenciam os gastos até março e abril para ver o que vai acontecer com a receita no final do primeiro trimestre. A partir daí, então, se começa a organizar os gastos de maneira compatível com a receita. Mas o grande candidato ao ajuste, infelizmente, será o investimento público”, observa o economista Marcelo Piancastelli.
Na contramão dos estudos para economizar, o Congresso não abre mão de discutir um aumento maior para o salário mínimo. Pode derrubar os R$ 540 definidos pelo ex-presidente Lula e aprovar até R$ 580. A ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, já anunciou que estuda reajustes para os valores pagos pelo programa Bolsa Família.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, começou a discutir os cortes com a presidente Dilma Rousseff. Na semana que vem, dia 14 de janeiro, ele vai ser uma espécie de mestre de cerimônia da primeira reunião ministerial do novo governo. Mantega vai fazer uma apresentação detalhada sobre o cenário econômico mundial e brasileiro. Deve falar sobre a ameaça de volta da inflação, a necessidade de diminuir os gastos públicos e adiar alguns projetos.
A inflação voltou a preocupar. O novo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse na terça-feira (3) que o crescimento sustentado da economia só vai acontecer com inflação baixa.