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A UFPR (Universidade Federal do Paraná) diplomou na terça-feira (14) como cirurgiã dentista a primeira aluna indígena da instituição: Tenile Mendes. Na língua kaigang, a estudante se chama Kring Mág, que significa “estrela grande ou estrela da manhã”, “porque era muito branquinha quando nasceu”. Ela será a primeira dentista em sua aldeia.
Após fazer o juramento do dentista e receber o diploma, a nova profissional se apresentou: “Eu agora sou Tenile Mendes, kaigang, cirurgiã dentista, de Chapecó, Santa Catarina, da aldeia Pinhalzinho, e agradeço a acolhida na Universidade Federal do Paraná”. Agora, a cirurgiã dentista vai voltar para a aldeia, onde pretende trabalhar para ajudar sua comunidade.
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Tenile Mendes, 22, é a primeira cirurgiã dentista de origem indígena da UFPR
Tenile ingressou na universidade por meio do programa de políticas afirmativas, aprovado em 2004 e implementado no ano seguinte. São dez vagas destinadas aos povos indígenas de qualquer região do país.
No discurso do paraninfo, o professor Jairo Bordini Junior, que também foi tutor de Tenile, ressaltou a validade e a importância da inclusão social. “A inclusão é um caminho que deve ser seguido e incentivado. As dificuldades quanto ao aprendizado são as mesmas para todos os alunos, mas não podia deixar que a pressão social interferisse no avanço dentro do curso. E com esforço e dedicação, a Tenile conseguiu”.
Tenile tem 22 anos e sempre viveu na aldeia Pinhalzinho. Saiu de Chapecó e deixou a família para estudar na UFPR. É filha de uma mistura bem brasileira: a mãe, Janete, é descendente de italianos e largou tudo para viver na aldeia quando se casou com o índio kaigang Reny. Agora, é o irmão Tales quem quer seguir os passos da irmã dentista e estudar na universidade. Assim como Tales, outros jovens índios da aldeia querem seguir o exemplo de Tenile.
“A formatura de Tenile vai passar para a história da UFPR”, disse o reitor Zaki Akel Sobrinho ao parabenizar a estudante. “Tenile vai fazer a diferença, é um paradigma para todos os povos, não só os indígenas, mas para todo o povo brasileiro”.
*Com informações da UFPR