Lourenço Canuto – Repórter da Agência Brasil
Brasília – O tratamento dado às gestantes na hora do parto foi um dos temas discutidos hoje (29) na 3ª Conferência Internacional sobre Humanização do Parto e Nascimento, que está sendo realizada no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
Segundo o professor Gustavo Venturi, da Universidade de São Paulo (USP), a gestante não recebe um bom tratamento nos hospitais, apesar de ser este um momento especial, em que a mulher que se torna muito frágil, e de grande expectativa para a família.
De acordo com Venturi, o problema ocorre tanto em hospitais públicos quanto privados, principalmente no Nordeste e em várias regiões metropolitanas. Muitas vezes, as pessoas fazem ou dizem algo sem perceber e acabam se mostrando indiferentes à situação da gestante, afirmou o professor.
A representante da Secretaria de Saúde do Ceará, Annatália Gomes, também criticou a falta de urbanidade no tratamento com a gestante, o que pode levar a mulher a se sentir punida, em vez de protegida, na hora do parto.
Para ela, em uma sociedade desigual como a brasileira, a mulher enfrenta desrespeito, humilhação, desprezo, constrangimentos e problemas como a restrição para acompanhantes.
Tudo isso está dentro de uma cultura que precisa mudar, diz Annatália. E a saída é as mulheres reivindicarem seus direitos: “os profissionais têm que compreender o sentido da sua missão e conhecer a operacionalidade do sistema de saúde aceitando as queixas como um direito legítimo de quem procura um serviço público.”
Edição: Nádia Franco