Tatiana Félix *
Adital – Hoje (29) é comemorado o Dia Internacional das defensoras dos Direitos Humanos. Para celebrar a data e dar reconhecimento ao importante papel dessas mulheres, que dão voz àquelas pessoas que não têm vez, é que será realizado amanhã (30), o Fórum “Desafios das Mulheres Defensoras de Direitos Humanos no Contexto Atual”, em Cuenca, no Equador.
O evento é organizado pela Frente das Mulheres Defensoras da Pachamama e pela Frente de Mulheres ‘Guardiãs da Amazônia”, organizações integrantes da União Latino-americama de Mulheres (ULAM).
De acordo com a Frente de Mulheres Defensoras da Pachamama, “todos os dias se denunciam todo tipo de abuso, discriminação, criminalização e desprestígio de seu ativismo, perseguição, ameaças, privação da liberdade, tortura, ataques, agressões física, violações sexuais, assassinatos de mulheres defensoras dos Direitos Humanos, muitas das vezes, cometidos pelos chamados a protegê-las, ou seja, por seus próprios governos e Estados”.
Nos países da América Latina, por exemplo, as violações contra aqueles (as) que atuam para defender os direitos humanos, na maioria das vezes, ficam impunes. Um dos casos mais recentes foi o assassinato da defensora Beatriz Alberta Cariño Trujillo, em Oaxaca, no México, em 27 de abril deste ano. Ela foi morta em uma armadilha realizada, segundo relatos, por um grupo de paramilitares contra uma caravana de solidariedade que se dirigia à cidade de San Juan Copala.
Por isso é que a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) afirma que é importante proteger as defensoras, uma vez que elas realizam a fundamental tarefa de proteger os direitos de todos.
A proteção dos defensores e das defensoras pode ser realizada através da visibilidade e promoção do seu trabalho. Conhecer e compreender a importância dos motivos e dos resultados dos direitos de todos, é fundamental para o respeito às atividades.
A Comissão de assuntos jurídicos e de proteção da Frente de Mulheres Defensoras da Pachamama, declarou que este reconhecimento é fundamental para proteger as defensoras, e fazer com que sua atuação seja respeitada, em especial, para aquelas que atuam na linha de fogo dos conflitos sociais, campesinas, obreiras, indígenas, e outras.
“São estas mulheres dos setores menos favorecidos as que requerem atenção especial, pois não contam com os mecanismos nem com recursos para fazer escutar sua voz e reclamam com urgência, ter elas mesmas, o direito de se representar”.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi adotada pela Organização das Nações Unidas em 1948. No entanto, apenas nos últimos anos é que tem se percebido maiores avanços na área. Ainda assim, é notável a permanência de uma desigualdade entre milhões de pobres e a minoria que concentra a riqueza e o poder.
Mais informações pelo blog: http://defensoraspachamama.blogspot.com/
* Jornalista da Adital