França: Mulheres também ocupam as ruas de Paris

manifestation-franceAcompanhando a onda manifestações contra os planos de austeridade do imperialismo na França, as mulheres também ocupam as ruas de Paris, em defesa do direito ao aborto

As mulheres também estão ocupando as ruas da França em defesa dos seus direitos.

No final de semana, do dia 7, mais de 70 organizações femininas que defendem o direito ao aborto se aliaram às manifestações contra o plano do governo Sarkozy de reduzir em dois anos a idade para aposentadoria no país em manifestações que ocuparam as ruas da capital francesa.

Em defesa de seus direitos fundamentais, como o direito ao aborto, milhares de mulheres se uniram aos trabalhadores e à juventude reivindicando acesso ao aborto, e contra medidas da ministra da Saúde do governo Sarkozy, Roselyne Bachelot.

Segundo organizações que participaram da manifestação, a legalização do aborto em 1975 não garantiu o atendimento das mulheres, impondo diversas dificuldades para a interrupção voluntária da gravidez (IVG) que permanecem até hoje.

Apesar das declarações em defesa da lei Veil, que despenalizou o aborto no País, e da emancipação feminina, a ministra de Sarkozy é alvo de uma série de denúncias por aumentar as dificuldades para o acesso ao aborto.

Estima-se que ocorram 200.000 abortos todos os anos na França. No entanto, segundo denúncias do movimento de mulheres, houve uma drástica redução de centros para IVG no país. Há casos de mulheres que precisam esperar até três semanas para conseguirem realizar o procedimento. As dificuldades e negativas de atendimento (muitas vezes porque os profissionais estão pressionados pela Igreja e demais setores conservadores), especialmente para mulheres com gestações a partir da 14° semanas, obriga cerca de cinco mil mulheres a viajar para o Reino Unido ou a Holanda, onde a intervenção é permitida até às 24 semanas.

Além disso, em 2008 foi publicado um decreto atendendo aos apelos da extrema direta, autorizando o registro de nascimento e óbito do feto a partir da 16° semana de gestação. E em março desse ano a ministra declarou que seria feita uma reavaliação da legislação do aborto.

A tendência de acirramento das lutas no próximo período, protagonizado pela classe trabalhadora já conta com a adesão das mulheres e da juventude que tem se reunido em manifestações de milhares de pessoas, e já demonstrou que irá resistir à repressão do Estado, em defesa dos seus direitos e na perspectiva de derrota completa do falido regime patriarcal capitalista, tendo como centro dessa luta aquele direito que também tem sido o alvo da direita em sua ofensiva antidemocrática: o direito ao aborto e seu atendimento pela rede pública de saúde.

 

Fonte : Causa Operária

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