Adital – Uma delegação internacional integrada, em sua maioria, por mulheres especialistas em direitos humanos e jurisprudência do México, Costa Rica e Espanha, chegou a Manágua para confirmar a dolorosa situação das mulheres e famílias vítimas da violência que enfrentam obstáculos para o acesso à justiça.
O grupo rendeu homenagem ontem no cemitério onde descansam os restos de muitas mulheres assassinadas no departamento de Matagalpa, a 132 quilômetros ao norte desta capital.
No ato o doutor Peña disse que visitarão as vítimas de violência e, em casos de feminicídios, dialogarão com seus familiares para, posteriormente em uma mesa, fazer um intercâmbio de reflexão com as distintas instâncias do Governo. A ideia é buscar mecanismos de coordenação com o Estado para os avanços no acesso para a justiça.
A delegação visitou também a jovem Fátima Hernández que completou, na segunda-feira 1º de novembro, sete dias de greve de fome frente aos portões da Corte Suprema de Justiça, a fim de que não liberem a Farinton Reyes, autor do ato de violação que sofreu no ano passado, e que agora um fiscal pede revisão do caso em busca de liberá-lo, segundo a família de Hernández.
Marta Juárez, em representação da ONG Punto de Encuentro que apoia a Rede, disse que depois da visita e o assessoramento sobre o tema por parte da Aliança, as ações que tomarão será lutar pelo cumprimento dos protocolos e os convênios subscritos pela Nicarágua em defesa das mulheres, a fim de que se cumpram na base um diagnóstico de violência contra elas na América Central; além de declarar zonas de alerta no país para sua proteção e no interesse de evitar mais feminicídios.
Por sua parte, Virgínia Meneses, da Rede de Mulheres Contra a Violência, disse que o último relatório indica que, desde janeiro e até 31 de outubro, se contabilizavam 70 assassinadas no país; no entanto, reconheceu o avanço do Estado na proteção deste sensível setor, embora, ainda, com obstáculos no acesso à justiça.
A notícia é de ALC, por Trinidad Vásquez.