Tatiana Félix *
Adital – Cansadas de sofrerem com a repressão e com os assassinatos de militantes sindicalistas e de movimentos populares em Honduras, as Feministas em Resistência emitiram um comunicado ontem (20), pedindo à Organização das Nações Unidas (ONU), a instalação imediata de uma Comissão Internacional contra a Impunidade em Honduras.
No mesmo comunicado elas se dirigem ainda à Organização de Estados Americanos (OEA) e ao Sistema de Integração Centro Americano (SICA), e pedem aos organismos internacionais que ajudem no processo de reintegração do país, e, principalmente, que intervenham para garantir o respeito aos direitos humanos da população hondurenha.
Desde a ocasião do golpe de Estado em Honduras, em junho de 2009, um forte esquema repressivo do setor conservador, começou a vigorar no país. Segundo os movimentos feministas hondurenhos, em apenas dois meses após o golpe, 51 mulheres foram assassinadas.
As Feministas em Resistência também “culpam o regime encabeçado por Porfírio Lobo Sosa [presidente do país], a responsabilidade direta da escalada de violações dos direitos humanos das mulheres”. Elas denunciam e protestam ainda contra a “perseguição, as violações sexuais, as torturas psicológicas e feminicídios dos quais são vítimas as mulheres hondurenhas”.
Assassinatos
Uma série de assassinatos vem marcando o dia-a-dia de Honduras, desde que o então presidente Manuel Zelaya foi deposto de seu cargo, por meio do Golpe de Estado no ano passado. Geralmente, as vítimas das torturas e violências são os e as militantes contrárias ao Golpe. Líderes sindicais e mulheres militantes são as pessoas que mais aparecem na lista das novas execuções.
O último caso que indignou (mais uma vez) as feministas hondurenhas foi o assassinato da sindicalista Juana Suyapa Bustillo que exercia o cargo de Presidenta do Sindicato do Instituto Hondurenho de Segurança Social (SITRAIHSS) e integrava ativamente a Frente Nacional de Resistência Popular.
No comunicado, as Feministas citaram também os assassinatos cruéis de Vanessa Janeth Zepeda, em 3 de fevereiro deste ano, e de Teresa de Jesús Flores Elvir, dirigente campesina, no último dia 7 de agosto. “Ambas foram integrantes destacadas da Frente Nacional de Resistência Popular”, informaram.
Com informações da Rede de Informação Morazánica
* Jornalista da Adital