Karol Assunção *
Adital – Fortalecer o movimento de mulheres no Pará. É com esse objetivo que pescadoras, quilombolas, quebradeiras de coco, trabalhadoras rurais e urbanas e demais representantes de organizações feministas estão, desde ontem (13), em Belém, no IV Encontro do Fórum de Mulheres da Amazônia Paraense (FMAP). O evento se encerra hoje (14) com uma reunião da Articulação de Mulheres Brasileiras da região da Amazônia.
De acordo com Nilde Sousa, integrante da coordenação do Encontro, o evento é uma preparação para o Encontro de Mulheres no Xingu, que acontece de 16 a 18 deste mês em Altamira, também no Pará. Nos eventos, segundo a coordenadora, o que prevalecerá será a troca de experiências e de fortalecimento e alianças do movimento de mulheres na região amazônica.
Nilde comenta que as mulheres aproveitaram o IV Encontro do FMAP para estabelecer uma agenda de lutas na região e realizar um balanço das políticas públicas promovidas pelo governo federal e estadual.
“Temos o que avaliar: dois Planos de Políticas para as Mulheres, pactos a respeito da violência contra a mulher…”, comenta, ressaltando que, mesmo assim, ainda persistem problemas em relação ao orçamento e a efetivação das ações.
Exemplo claro dado pela integrante da coordenação do Encontro são as Conferências. Para elas, as diversas Conferências realizadas foram válidas por serem espaços de discussão com a participação da sociedade, entretanto, lembra que as decisões precisam ter efeito sobre o orçamento público. “Muito do que é aprovado na Conferência não incide no orçamento. Percebemos que não adianta fazer conferência depois do PPA [Plano Plurianual]”, destaca.
Outra questão abordada no Encontro foi o conservadorismo do Congresso Nacional e do Judiciário. Segundo Nilde, a Lei Maria da Penha sofre ameaças de alterações e a descriminalização das mulheres que fazem aborto ainda não é um assunto tratado como deveria ser por um Estado Laico.
Encontro de Mulheres no Xingu
Do IV Encontro do Fórum, as mulheres seguem para o Encontro de Mulheres no Xingu, no município de Altamira. Lá, as participantes do Fórum se unem a outras mulheres da região para discutir e fortalecer as diferentes lutas da Amazônia.
Mulheres indígenas, quilombolas, pescadoras, camponesas e quebradeiras de coco apresentarão suas lutas e seus projetos de desenvolvimento para a Amazônia. Além disso, as participantes aproveitarão os dias do Encontro para traçar os principais eixos e estratégias que levarão para o V Fórum Social Pan-Amazônico, que acontecerá entre os dias 25 e 29 de novembro, em Santarém.
* Jornalista da Adital