Marcelo Torres – Pauta Social
Um dos maiores problemas do Brasil deixou de ser a fome e passou a ser a obesidade. Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) divulgada na última sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que 49% dos brasileiros estão acima do peso e que 14,8% desses são obesos.
O presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Renato S. Maluf, comemora a diminuição da desnutrição, mas se diz preocupado com o aumento do sobrepeso. Para frear o crescimento da obesidade, ele defende medidas de controle sobre o negócio alimentar, a começar pela regulamentação da publicidade de alimentos.
“Os dados da pesquisa mostram que o Brasil caminha firme para superar o secular problema da desnutrição”, comemora. “Lembro, porém, que a insegurança alimentar exige vigilância permanente pelo risco da reincidência”, ressalva ele.
Renato Maluf defende ações educativas e regulação dos negócios alimentares. “Os índices de sobrepeso e obesidade alertam para a necessidade de ações decisivas de educação”, afirma. Ele também defende a “regulação do negócio alimentar, que é o principal responsável pela difusão de maus hábitos”. Para ele, essa regulação deve “começar pela propaganda de alimentos”.
De acordo com o presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, a redução da desnutrição revela os avanços obtidos por meio de políticas públicas, enquanto o aumento da obesidade é reflexo do controle privado do negócio alimentar.
“Conforta saber que o Brasil, país de contrastes fortes, vem avançando muito naquilo que depende de políticas sociais, como a contínua redução da desnutrição infantil; porém, infelizmente, vamos em direção contrária no que está sob forte controle privado do negócio alimentar, que são os hábitos alimentares”.
Em todas as suas instâncias, como as comissões internas e as conferências nacionais, o Consea tem se posicionado a favor da regulamentação da publicidade de alimentos para crianças. O conselho apóia a campanha nacional a favor da regulamentação da propaganda, inclusive é favorável à regulação que vem sendo proposta pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
(Envolverde/Pauta Social)