WELLINGTA MACEDO, DE BELÉM (PA) – PSTU |
Encontro foi realizado pelo Sindicato e Movimento Mulheres em Luta da Conlutas.
Plenário do encontro de mulheres em Belém |
Quarenta pessoas, entre elas 27 operárias da construção civil, participaram do 1º Encontro de Mulheres da categoria nesse dia 7 de agosto na sede do Sindicato em Belém. Além das operárias, estiveram como convidados: CSP- Conlutas, ANEL, Movimento Mulheres em Luta, MTL, além da companheira Ana Rosa, dirigente nacional do Movimento Mulheres em Luta da Conlutas.
O encontro durou o dia todo e contou com café da manhã para as operárias, creche para as crianças e almoço, além de uma sessão de vídeo e grupos de trabalho. O 1º Encontro teve como tema: “Operárias na luta, pela classificação profissional e contra a exploração capitalista”. Em Belém, as trabalhadoras da construção civil ainda não conseguiram sua classificação profissional, todas são serventes de pedreiro e mesmo aquelas que possuem cursos, não conseguem ascender profissionalmente. Além desta questão, há dentro dos canteiros de obras muitos casos de assédio moral e sexual a estas mulheres. Foi no sentido de tentar mudar esta situação que o encontro aconteceu.
Os candidatos estaduais do PSTU nas eleições do Pará também estiveram no encontro saudando as trabalhadoras. Cleber Rabelo, candidato do PSTU a governador, falou da importância das mulheres operárias. Sobre as candidatas da burguesia, Dilma Roussef, Marina Silva e Ana Júlia, Cleber ressaltou que não basta ser mulher, é preciso defender um programa para as trabalhadoras. Ângela Azevedo, candidata a deputada federal, também falou das candidaturas de mulheres que representam a burguesia e enfatizou a importância de sua candidatura como uma mulher da classe trabalhadora. Após as saudações, o encontro teve sua mesa de abertura composta por Ana Rosa do Movimento Mulheres em Luta Nacional, Josy Quemel do Movimento Mulheres em Luta do Pará e Deusarina Soares, a Deusinha, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil.
Ana Rosa falou da opressão histórica que sofre a mulher trabalhadora, sobretudo se for negra e lésbica. Com relação às trabalhadoras da construção civil disse: “As mulheres são invisíveis na construção civil” . Ela também falou sobre a organização das mulheres no sindicato: “O sindicato tem que ser um espaço político para as mulheres trabalhadoras” . Sobre o Encontro comentou: “O Encontro é fundamental, pois cada vez que um grupo de mulheres se reúne para se organizar, fortalece toda a categoria. Uma vitória das trabalhadoras, é uma vitória de toda a categoria” , falou Ana Rosa.
“O Pará é o 2º maior estado do Brasil na economia da Construção Civil” , segundo Josy Quemel do MML do Pará. Também segundo ela, para cada 270 homens num canteiro de obras existem 10 mulheres e a maioria não trabalha com carteira assinada. Deusinha, única mulher na direção do sindicato, também falou da pequena participação das mulheres: “Ainda é um setor predominantemente masculino” , disse.
Após a mesa, as trabalhadoras foram divididas em grupos de trabalho e formularam propostas para serem aprovadas na plenária final do encontro. Entre as propostas aprovadas, está a criação da Secretaria de Mulheres do Sindicato e o início de uma campanha pela classificação profissional para todas as trabalhadoras do setor. Ao final, as trabalhadoras e os convidados presentes comemoraram a realização do encontro em um coquetel animado.
fonte: pstu.org.br