Encontro é promovido pelo Observatório Negro e conta com apoio do UNIFEM Brasil e Cone Sul e da Articulação de Mulheres Negras Brasileiras
Recife (Brasil) – O Observatório Negro promove o Seminário Mulheres Negras Nordestinas contra a Discriminação Racial na Mídia, entre os dias 18 e 21 de março de 2010, no Hotel Orange (Ilha de Itamaracá), em Pernambuco. O projeto conta com o apoio político-institucional da Articulação de Mulheres Negras Brasileiras – AMNB e do Fundo das Nações Unidas para as Mulheres – UNIFEM Brasil e Cone Sul.
O evento tem como principal objetivo promover um processo de organização de mulheres negras do Nordeste para uma ação em rede articulada de combate à discriminação racial na mídia, além de socializar experiências e construir estratégias de como enfrentar o racismo na mídia.
O seminário faz parte de uma das três etapas que compõem o projeto Mulheres Negras pelo Direito Humano à comunicação. A primeira ação em parceria com a Cidadania Feminina e com o apoio da WACC consiste na promoção de oficinas de gênero, raça e comunicação para 30 mulheres negras de organizações de mulheres e populares e militantes negras. Além disso, no dia 10 de novembro, representantes do Observatório Negro e de outras organizações, participaram do Dia de Monitoramento da Mídia, que acontece em vários países do mundo, para observar como a mídia está mostrando a imagem da população e da mulher negra.
O relatório ainda não está constituído, mas a pesquisadora em relações de gêneros e raça do Observatório Negro e educadora em Direitos Humanos, Ciani Sueli das Neves, já adiantou que os resultados não foram favoráveis. “Além de nunca aparecerem em novelas e publicidades de maneira favorável, nos noticiários, observamos que, quando as mulheres negras aparecem, são sempre apresentadas na condição de vítimas e a população negra, de um modo geral, como ré.”
Dando continuidade às oficinas de gênero, raça e comunicação, a segunda fase do projeto compreende no Seminário Mulheres Negras Nordestinas contra a
Discriminação Racial na Mídia que pretende discutir o acesso à comunicação como Direito Humano e, por fim, qualificar juridicamente as trinta mulheres, para que possam analisar as ações da mídia e acessar os mecanismos jurídicos a fim de garantir a defesa dos direitos humanos da população negra.
As cinquenta mulheres que irão participar da segunda etapa foram selecionadas de diversas organizações em defesa da mulher do Nordeste: AKONI – Centro de Educação para a Cidadania (MA), Centro de Cultura Negra do Maranhão (MA), OMIN – Grupo de Mulheres Negras Maria do Egito (PI), AJOBI – Núcleo de Mulheres Negras Feministas e de Lésbicas Negras (BA), Associação Brasileira de TV Universitária (BA), CEAFRO (BA) – apoio da SEPROMI, Inegra – Instituto Mulher Negra (CE), Grupo Afro Cultural Coisa de Nego (PI), Associação Piauiense de Hip Hop (PI), COJIRA – Coletivo de Jornalistas Negros de Alagoas (AL), Bamidelê (PB), Kilombo (RN), além das organizações pernambucanas Negras do Ibura, Flor de Mandacaru, Grupo de Teatro Loucas de Pedra Lilás, Grupo Espaço Mulher, CESMAL – Fórum de Mulheres de Paulista, Sindicato das Rrabalhadoras Domésticas, Grupo Espaço Mulher, Associação de Mulheres de Lagoa Encantada e Adjacências, Grupo de Mulheres Cidadania Feminina, Grupo Mulher Maravilha, Grupo de Mulheres de Sítio dos Pintos, Rede das Mulheres de Terreiro de Pernambuco, Núcleo de Apoio Comunitário de jardim Monte Verde, Associação Metropolitana de Hip Hop.
A terceira ação do projeto, apoiada pelo Fundo Elas, pretende atuar na análise e monitoramento da mídia com a construção do Centro de Orientação Jurídica da Rede Nordeste de Mulheres Negras (COMNEGRAS). O projeto apóia ainda a formação de um blog, durante um ano, para catalisar as informações da Rede.
fonte: UNIFEM