Conceição Amorim
Imperatriz, MA – No Outubro Rosa, feministas denunciam através do Fórum de Mulheres de Imperatriz a tentativa dos gestores de responsabilizar as mulheres de não se amarem e de não se cuidarem, e por isso morrerem de câncer, as mulheres se amam, os gestores público é quem não cuidam.
Ontem, o Fórum de Mulheres de Imperatriz realizou das 18h às 21h, Audiência Pública com objetivo de informar sobre as discussões feitas entre os grupos que compõe o Fórum, outros movimentos e grupos de mulheres que estudam, debatem o atual quadro vivido pelas mulheres na luta contra o câncer de mama, informar também sobre as de taxas morbidade e e mortalidade de mulheres por câncer de mama no Nordeste e no Maranhão, apresentar as propostas pensadas para efetivar a política de prevenção no âmbito dos municípios e ouvir as demandas da comunidade.
A Audiência aconteceu com a participação de membros do Fórum de Mulheres de Imperatriz, mulheres da comunidade da Vila Lobão e outras, e contou com a presença do vereador Carlos Hermes e da feminista e estudante da Uema, Clarissa Dallo.
A maioria das mulheres colocaram as dificuldades de acesso as consultas e encaminhamentos para especialistas, a dificuldade de receber informações básicas nos postos, as consultas rápidas que os médicos não examinam nem ouvem as queixas, a demora para marcar e receber os resultados dos exames, quando questionadas se nas suas ultimas consultas ginecológicas os médicos e médicas fizeram o exame clinico de suas mamas, apenas uma que tinha feito a consulta particular acusou ter tido o exame fisco de mama realizado.Entre as presentes uma teve câncer de mama, outra teve um nódulo benigno que foi retirado, e outras tiveram parentes com outros tipos de câncer.
Para o Inca, a incidência ascendente e persistente do câncer de mama e a alta taxa de mortalidade ocorrem, possivelmente, porque a doença ainda é diagnosticada em estágios avançados. Todas concordam que é muito difícil fazerem o autoexame, portanto a principal proposta do movimento feminista é a Implantação do Exame Clinico de Mamas nas Unidades básicas de Saúde e nas Unidades de Saúde da Família.
Apresentamos e debatemos a proposta do Fórum que foi acrescida de uma proposta de organizar e mobilizar as mulheres em Imperatriz e nos outros municípios, para que estas propostas sejam implantadas até o próximo outubro rosa.
Conceição Amorim, Maria das Neves, Rosário Silva, Francineide Alves e Denise Leal.
Propostas
À Secretaria Municipal de Saúde
À Secretaria Municipal de Política para a Mulher
Ao Ministério Público Estadual
A Constituição de 1988, conhecida como a Constituição Cidadã, reconhece a saúde, como direito de todos, e como um dever do Estado. De acordo com o texto constitucional, cabe ao Estado a tarefa de garantir a saúde para todos, através de políticas sociais e econômicas voltadas tanto para a “redução do risco de doença e de outros agravos”, quanto “ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.
Não é possível que a Prefeitura de Imperatriz através da Secretaria Municipal de Saúde continue assistindo o número de câncer de mama crescer entre as mulheres do nosso município sem tomar medidas concretas que reverta este quadro cruel. Sabe-se que se diagnosticado e tratado oportunamente, o prognóstico é relativamente bom para o câncer de mama. A prevenção e a identificação precoce são fundamentais para a redução das taxas de morbidade e mortalidade desse tipo de neoplasia, para tanto o exame clinico não pode ser transferido para a responsabilidade das mulheres através do auto-exame, esta deve ser uma prática das mulheres mais ela não pode simplesmente substituir o exame clínico realizado por um profissional pelo menos a cada 06 meses, consideramos ser as práticas abaixo necessárias e eficazes na prevenção de tal enfermidade, e solicitamos o empenho e o compromisso desta administração na efetivação destas ações:
- Implantar o exame clínico das mamas como rotina nas Unidades Básica Saúde/Unidade de Saúde da Família.
- Oferecer infraestrutura adequada para a realização do exame nas Unidades Básica de Saúde (sala, mesa, 2 cadeiras, maca forrada e confortável, escadinha de 2 degraus, iluminação apropriada; instalações para lavagem das mãos).
- Realizar ação de captação precoce e acolhimento da usuária (captar mulheres do público alvo para realização do exame clínico das mamas).
- Realizar a busca ativa nas Unidades Básicas de Saúde/Unidades de Saúde da Família para acompanhamento e seguimento das mulheres.
- Investir em ações de mobilização social (adquirir material informativo/educativo e realizar palestras educativas junto a população).
- Ampliar a rede de serviços de mamografia credenciados ao SUS.
- Capacitar lideranças femininas como multiplicadoras para mobilização social.