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Especialista diz que dado aponta para problemas no pré-natal
Em dez anos, dobrou o número de mortes de fetos ou recém-nascidos em razão de doenças maternas, como a hipertensão arterial, hipertensão gestacional, eclâmpsia e infecções urinárias, passando de 555 em 1997 para 1.150 em 2006. O número de mortes de bebês prematuros no Brasil cresceu quase 30% no período.
A coordenadora de Doenças e Agravos Não Transmissíveis do Ministério da Saúde, Deborah Carvalho Malta, diz que “os dados apontam para falha no pré-natal”.
– Nós tivemos evidências de que aumentou o número de consultas, mas isso não tem sido suficiente do ponto de vista da qualidade.
Os números aparecem na pesquisa Mortes Evitáveis em Menores de Um Ano, publicada na revista Cadernos de Saúde Pública, da Fundação Oswaldo Cruz. O trabalho foi feito em parceria entre o Ministério da Saúde e pesquisadores das universidades de São Paulo, Federal de Minas Gerais e de Brasília.
Já se sabia que a mortalidade infantil vinha caindo (ocorreram 71.400 mortes de menores de um ano em 1997, ante 47.629 em 2006), mas não se conhecia onde havia falhas. Pela primeira vez, investigou-se a relação das “mortes evitáveis” – o grupo coordenado por Deborah reuniu 30 pesquisadores e trabalhou quatro anos para chegar a um consenso e estabelecer a lista.
As mortes evitáveis são aquelas que se podem reduzir pela vacinação; adequada atenção na gestação e no parto; diagnóstico e tratamento de doenças como pneumonia, meningite; e combate a diarreias e subnutrição.
A pesquisa mostrou ainda que as mortes por causas evitáveis passaram de 50.952 em 1997 para 33.064 em 2006 – queda de 37%. A redução por ações de imunização foi de 75% – de 189 óbitos para 46, dentro do período estudado. Houve ainda redução de 56,5% das mortes relacionadas às ações de atenção à saúde.
Também houve queda de 47,7% das mortes relacionadas ao diagnóstico e tratamento de doenças como meningite, pneumonia e infecções agudas.