Agência EFE
Diário diz que papa teve acesso a dossiê com informações secretas sobre Walter Mixa
Jornal alemão apresentou novas acusações contra o ex-bispo alemão Walter Mixa, que renunciou em abril, após denúncias de maus tratos contra menores
Foto por AFP/01.12.2007
O antigo bispo de Augsburgo, na Alemanha, Walter Mixa – que renunciou no dia 21 de abril após denúncias de maus tratos contra menores – enfrenta novas acusações, desta vez de assédio e abuso sexual contra jovens sacerdotes.
A informação foi revelada nesta segunda-feira (21) pelo jornal alemão Süddeutsche Zeitung, que teve acesso a um dossiê secreto com informações sobre o ex-bispo bávaro.
De acordo com o diário, a chamada Ata Mixa já estava em poder do papa Bento 16 quando, no dia 8 de maio, o líder católico aceitou a demissão do religoso. Além das acusações de assédio e abuso, o documento afirma que o ex-bispo seria alcoólatra.
O jornal diz que o papa teve conhecimento da ata sobre o ex-bispo de Augsburgo no dia 27 de abril, uma semana depois do anúncio da renúncia.
O documento traz relatos de várias pessoas do círculo pessoal de Mixa, inclusive de testemunhas que afirma que o bispo seria “um homem gravemente alcoólatra”, que manteria ao longo do dia um nível elevado de ingestão permanente de álcool.
Outras testemunhas descreveram os abusos sexuais sofridos na época em que Mixa era pároco. As mesmas vítimas dizem que o ex-bispo “ia se confessar pelas manhãs, antes de celebrar missa”.
O advogado de Mixa, Gerhard Decker, expressou seu ceticismo sobre as novas informações, dizendo que considera “improvável que parte da imprensa tenha acesso ao arquivo do Vaticano ou do núncio do papa”.