Do R7, com Rede Record
Duas pacientes fizeram a denúncia para a polícia; caso ocorreu em Santa Catarina
Um médico responsável por uma clínica onde três pessoas morreram após fazer exames de endoscopia, em Joaçaba, em Santa Catarina, agora é suspeito de abusar sexualmente de pacientes. Ele já é investigado pela morte de três pacientes que fizeram o exame de endoscopia.
Uma mulher, de 28 anos, casada e mãe de dois filhos. Ela procurou a polícia para registrar um boletim de ocorrência e diz que foi abusada pelo médico após receber a anestesia para um exame. O exame foi feito em um hospital de Capinzal, cidade que fica no meio oeste catarinense. O médico atendia no local uma vez por semana.
Ela só denunciou o caso quatro meses após o exame ter sido feito. A polícia apura as denuncias. Outra paciente também registrou um boletim de ocorrência por abuso do mesmo médico. A polícia ainda não tem conclusão de quando vai terminar o inquérito.
A morte de três mulheres que fizeram um exame de endoscopia na clínica foi provocada por uso incorreto da lidocaína – substância usada para anestesiar o paciente. Essa foi a conclusão da investigação feita pela Vigilância Sanitária do Estado – que ouviu pacientes e acompanhantes das vítimas. A reportagem do R7 tentou entrar em contato com o médico, mas não conseguiu falar.
De acordo com a diretora do órgão, Raquel Ribeiro Bittencourt, o médico gastroenterologista responsável pelo exame errou ao usar o medicamento em forma de gel, e não em spray, como determina a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
– A lidocaína gel foi usada de maneira fora da permitida. Ele dissolveu na água e mandou o paciente fazer um bochecho. Depois deu outro copinho e mandou o paciente engolir. Dependendo da quantidade, pode levar ao óbito.
A Vigilância Sanitária ouviu o médico, e afirma que ele confessou ter usado o medicamento em gel por ter acabado o spray. Segundo a diretora do órgão, pacientes que passaram pelo mesmo exame e foram medicados da maneira indicada pela Anvisa não apresentaram reação.
– O tempo que levou para [as vítimas] apresentarem os sintomas é compatível com o que a literatura diz sobre reações adversas.
Raquel afirma ainda que a clínica não tinha licença para realizar endoscopias. Entre as irregularidades apontadas pela Vigilância Sanitária, está a falta de uma sala de recuperação para onde os pacientes devem ser levados após o exame.
– Ele [médico responsável pela clínica] recebeu alvará apenas para consultório. Lá, só tinha um endoscópio, então ele não conseguia fazer o procedimento de desinfecção apropriado porque o intervalo entre um paciente e outro era muito curto. Além disso, não tinha uma enfermeira trabalhando com ele.