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Promotoria pediu nessa sexta prisão preventiva do pai da vítima, José Agostinho Bispo Pereira
A mulher que foi abusada pelo pai e mantida em cárcere privado durante 16 anos recebeu nessa sexta-feira (11) ajuda técnica e psicológica da Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão.
O objetivo é fazer Sandra Maria Monteiro, de 28 anos, retomar sua vida. No entanto, os conselheiros tutelares de Pinheiro (a 340 quilômetros de São Luís) ainda não conseguiram encontrar uma casa nova para Sandra. E ela ainda está psicologicamente abalada para viver sozinha com os sete filhos.
A presidente CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Pedofilia, deputada Eliziane Gama (PPS), afirmou que as condições onde ela vive no Conselho Tutelar de Pinheiro não são as ideais para uma pessoa que saiu de um cárcere privado de 16 anos. A própria Sandra disse que não se incomoda em ficar no conselho, mas sua vontade é voltar para o povoado de Experimento, onde ela morava antes. Mas o conselheiro tutelar Ernesto Santos relatou que a casa onde ela vivia condições nenhuma de moradia.
Os conselheiros tutelares estão a procura de uma casa para alugar em Pinheiro, que será mantida com recursos da prefeitura. O município também se comprometeu a ceder cestas básicas para Sandra. Dos sete filhos de Sandra, apenas um, de 12 anos, era matriculado em escola. Graças a ele, a família garantia R$ 62 por mês do Bolsa Família.
Prisão
A promotora da Infância e Juventude de Pinheiro, Alineide Martins, pediu também nessa sexta a prisão preventiva de José Agostinho Bispo Pereira, de 54 anos. Além de ter abusado das duas filhas mais velhas, de 31 e 28 anos, e de ter oito filhos com elas, Pereira abusou de uma filha-neta de 5 anos e 8 meses. Segundo a promotora, o lavrador ainda oferece risco à família.
– Recebi agora [durante a tarde] o flagrante policial e existem elementos suficientes para pedir a prisão preventiva dele. Ouvi também informações de que ele poderia fugir a qualquer momento.
Filha abusada pelo pai por 17 anos diz que também se sente culpada
Laudo comprova que lavrador também teve relações com a filha-neta de cinco anos
Do R7, com Rede Record
A mulher que foi abusada pelo pai durante 17 anos no Maranhão, Sandra Maria, falou pela primeira vez nesta quinta-feira (10) depois que o caso se tornou público. Abalada, ela demostrou sentimento de culpa.
– Ele errou em uma parte, eu também errei.
Sandra confirmou que foi abusada pela primeira vez quando tinha 12 anos, hoje ela tem 29. Ela teve sete filhos com o pai e contou que raramente as crianças comiam carne. Segundo ela, a alimentação era a base de farinha e peixe, uma vez que a família mora em uma área alagada.
Novo exame
Na última quarta-feira (9), o lavrador José Agostinho Bispo Pereira admitiu que mantinha relações sexuais com a filha. Mas, um exame realizado em sua filha- neta de cinco anos revelou que ela também foi violentada, o que deve complicar a situação do lavrador.
A delegada regional Laura Amélia disse que a outra menina de oito anos contou que sofria abuso, mas o exame não comprovou que houve consumação da relação sexual.
A Polícia Civil investiga agora se Pereira mantinha relações sexuais com outra filha, com 30 anos hoje. Um irmão do lavrador já foi intimado a prestar depoimento sobre o caso.
Sandra Maria e os sete filhos que teve com o pai estão sendo acompanhados por assistentes sociais e psicólogos no Conselho Tutelar da Pinheiro.