Pai suspeito de engravidar a filha sete vezes é preso no interior do Maranhão

Do R7, com Rede Record

Polícia diz que filhas-netas de seis e oito anos também eram violentadas em Pinheiro

Um homem de 54 anos foi preso nesta quarta-feira (9) em Pinheiro, no interior do Maranhão, pela suspeita de manter em cárcere privado uma filha de 29 anos, com quem teve outros sete filhos-netos. A detenção ocorreu depois de uma denúncia anônima.

O caso estava sendo investigado pela Polícia Civil há dois meses. Os abusos ocorreram no povoado Experimenta, que fica na zona rural da cidade. Segundo a polícia, o homem é suspeito de abusar da própria filha desde que ela tinha 12 anos.

O lavrador também é suspeito de estuprar duas filhas-netas – uma de seis e outra de oito anos. De acordo com a apuração da TV Pericunã, da Rede Record, as meninas foram encaminhadas para o hospital Materno-Infantil de Pinheiros.

As crianças estavam desde a manhã desta quarta-feira no local para fazer exames que comprovem o estupro. Não há previsão para conclusão do laudo.

Em declaração à reportagem, o suspeito disse que não sabia que era crime manter relações sexuais com a própria família. O caso está sendo apurado pela Delegacia da Mulher de Pinheiro.

*Colaborou o repórter Nonato Costa, da TV Pericunã

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Mulher em cárcere privado tem 7 filhos com próprio pai, diz polícia

Segundo polícia, suspeito teria tentado estuprar uma das crianças nesta terça.
Delegado disse que crime era cometido desde 1998, em Pinheiro (MA).

Glauco Araújo

Do G1, em São Paulo

Crianças nunca foram a hospital e nem frequentaram escola em PinheiroCrianças nunca foram a hospital e nem frequentaram
escola em Pinheiro (Foto: Divulgação/Polícia Civil
do Maranhão)

Um pescador de 54 anos foi preso em flagrante, nesta terça-feira (8), por suspeita de manter a filha, de 28 anos, em cárcere privado desde 1998 e ter sete filhos com ela, em Pinheiro (MA). Segundo a Polícia Civil, a prisão aconteceu logo após o pescador ter tentado manter relações sexuais com uma das crianças, de aproximadamente 6 anos. Os policiais precisaram usar canoas para chegar ao local.

O caso foi descoberto após denúncia anônima feita durante uma passeata contra a pedofilia, na capital maranhense, há 15 dias. O pescador e a filha moravam em uma casa de dois cômodos, feita de barro e pedaços de madeira e coberta de palha. O imóvel fica no povoado de Experimento, uma região afastada do Centro de Pinheiro, a mais de 300 quilômetros de São Luís.

Segundo o delegado Jair Lima de Paiva Júnior, superintendente da Polícia Civil do Interior do Maranhão, nenhum dos sete filhos do pescador com a filha foi registrado em cartório ou tem documento de identidade. “Por isso fica difícil saber a idade exata de cada uma delas. Pelo levantamento inicial, todas nasceram na própria casa, nunca viram um hospital de perto e sequer frequentaram escola.”

Júnior disse ainda que a mãe das crianças não sabe ler e escrever. “Segundo depoimento da jovem, o pai começou a praticar sexo com ela quando tinha cerca de 16 anos. Dessas relações nasceu o filho mais velho, que tem cerca de 12 anos. O casal ainda tem uma criança, de 2 meses.”

Como vivia em cárcere privado, a mãe das crianças nunca trabalhou. “Ela vivia para cuidar dos filhos e não saía da casa. Agora, as crianças estão sob cuidados do Conselho Tutelar de Pinheiro, que está providenciando atendimento médico para todas elas”, afirmou o delegado.

No momento da prisão do pescador, as crianças ainda não tinham se alimentado. “Algumas delas aparentam sinais de desnutrição e uma delas é portadora de deficiência auditiva. O afastamento delas da sociedade era tão grande que elas correram com medo quando os policiais chegaram de carro.”

O pescador está detido na carceragem da Delegacia de Pinheiro, em cela separada dos demais, onde deve permanecer até a conclusão do inquérito policial, presidido pela delegada Adriana Meireles. “Inicialmente, ele será indiciados pelos crimes de estupro de vulnerável, abandono material, abandono intelectual, maus-tratos e cárcere privado.”

A promotoria da Infância e da Juventude de Pinheiro foi informada sobre o caso. A primeira mulher do pescador, mãe da jovem,  também foi ouvida pela delegada sobre o caso. “Ela nos informou que não tinha conhecimento da situação de sua filha com o pescador. Hoje, ela mora em São Luís com outro marido e filhos”, disse o delegado.

Sobre a suspeita de que o pescador tivesse estuprado uma das crianças, de 6 anos, um exame preliminar feito por legistas de Pinheiro apontou lesões na genitália da menina. “Ainda não podemos confirmar a conjunção carnal, mas houve a tentativa”, afirmou Júnior. A mãe das crianças está recebendo apoio de assistentes sociais.

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‘Meus filhos chamam o pai de avô’, diz mulher mantida em cárcere no MA

Ela disse que não saía de casa por medo de acontecer algo com os filhos.
Laudo mostra que pescador estuprou ‘filha-neta’, diz polícia.

Glauco Araújo
Do G1, em São Paulo

“Meus filhos chamam o pai de avô”. É desta maneira que a jovem de 28 anos, mantida em cárcere privado desde os 12 anos no povoado de Extremo, em Pinheiro (MA), descreveu a relação de seus filhos com o pescador de 54 anos. Ele foi preso, nesta terça-feira (8), por suspeita de ter engravidado a filha sete vezes e estuprado uma de suas “filhas-netas”, de 5 anos e 8 meses, de acordo com laudo médico divulgado nesta quinta-feira (9).

“Eu o chamo de pai”, disse a jovem ao se referir ao pescador, com quem manteve uma relação de marido e mulher desde a adolescência. “Estou preocupada com meus filhos, quero o bem deles”, disse ela.

A jovem, ainda abalada com a prisão do pescador, tenta entender o que está acontecendo com sua vida. “Eu não saía de casa com medo do que poderia acontecer com meus filhos. Não sabia o que ele poderia fazer com elas”, disse a mãe das sete crianças. As crianças estão vivendo com ela em um alojamento improvisado no Conselho Tutelar de Pinheiro desde que foram retiradas da casa em que moravam.

Segundo Marilza Moreira, assistente social do Ministério Público de Pinheiro, a família está recebendo acompanhamento psicológico desde que chegaram de Extremo. “Será uma  tarefa difícil preparar as crianças e a própria mãe ao convívio em sociedade, já que viviam isolados. As crianças nunca saíram do quintal de casa, nunca foram a uma sala de aula, não conviviam com outras crianças e sequer passaram por algum hospital. Até mesmo a mãe terá dificuldades. Ela é analfabeta e não tem outras referências de vida além das que tinha no cárcere privado.”

As crianças estão sendo submetidas a vários exames médicos e odontológicos.

Para José Ribamar Brito, conselheiro tutelar que participou da operação de retirada das crianças e da mãe de Extremo, o futuro da família ainda é incerto. “Ela vai precisar de muita ajuda, principalmente psicológica, social, mas também de meios para sobreviver, como trabalho e alimentação e medicamentos para passar a ter uma vida saudável com os filhos.”

Marilza disse que a prioridade da promotoria da Infância e da Juventude é prestar o máximo de apoio para a família neste momento de transição. “A questão da guarda das crianças ainda não está em debate. Acho que seria pior para as crianças que elas se afastassem da mãe. Elas já estão tendo dificuldades para entender o que está acontecendo agora, se foram separadas da mãe, perderão toda a referência familiar que ainda têm.”

Estupro

O laudo pericial realizado nas duas “filhas-netas” do pescador confirmou que a criança de 5 anos e 8 meses teve rompimento parcial do hímen, laceração da mucosa genital e apresenta discreto sangramento. Outra “filha-neta” examinada, de 8 anos, teria dito à polícia que sofreu abuso sexual, mas o laudo não revelou lesões no corpo dela. Em depoimento à polícia, o pescador nega o crime.

Segundo a delegada Adriana Meireles, responsável pelo inquérito policial, disse ao G1 que os exames foram feitos pelos médicos Gerson Marques e Ruth Costa, que trabalham no Hospital Municipal Materno-Infantil de Pinheiro e que foram nomeados para atuar no caso. “A cidade não tem médico legista e por isso eles foram acionados para fazer os exames.”

O laudo indica que a “filha-neta” de 8 anos permanece virgem, não sofreu violência sexual e nem conjunção carnal. O exame na “filha-neta” de 5 anos e 8 meses revela que a menina sofreu violência sexual. “Houve introdução de algo na genitália dela, mas não é possível determinar se foi por meio de um instrumento, objeto ou até mesmo os dedos. A lesão não permite que os médicos afirmem o que provocou o machucado”, disse a delegada.

Adriana afirmou ainda que a criança de 5 anos e 8 meses não fala e é muito arredia. “Ela praticamente chora quando alguém se aproxima dela. Os médicos nos relataram que ela se mostrou bastante fechada e assustada quando se preparavam para o exame. A menina de 8 anos relatou que o pescador a aliciava, mas nenhuma lesão foi encontrada em seu corpo.”

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