Isabela Vieira- Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro- Campanhas de valorização da raça negra podem ajudar a combater a violência contra as mulheres desse grupo. A avaliação é da coordenadora da organização não-governamental Criola, de defesa das mulheres negras, Lúcia Xavier.
A ativista fez a afirmação ao comentar pesquisa do Instituto de Segurança Pública do estado segundo a qual as negras são maioria entre as vítimas de homicídio doloso – com intenção de matar – (55,2%), tentativa de homicídio (51%), lesão corporal (52,1%), além de estupro e atentado violento ao pudor (54%).
“Inicialmente, é preciso fazer campanhas de valorização dessas mulheres, tratando de sua importância na sociedade, no trabalho, na educação, para acabar com a ideia de que são sempre as mucamas (escravas domésticas), tratadas como se fossem objetos das pessoas há anos”, afirmou.
Paralelamente a um processo educativo nas escolas e no ambiente de trabalho, a coordenadora sugere campanhas mostrando como o racismo e violência contra as mulheres influencia a vidas das negras, inclusive na área de segurança, como revelam os dados do ISP.
Políticas públicas que considerem que ser mulher negra é fator de risco também devem ser adotadas principalmente em áreas mais carentes, defende Lúcia. “De modo geral, se a violência já afeta um determinado grupo marginalizado, as mulheres negras estão mais vulneráveis”.