SALVADOR (BA) – Pautada na proposta de garantir, dentre outras diretrizes, a inclusão das questões de gênero, raça e etnia nos currículos educacionais, a Secretaria Municipal da Educação, Cultura, Esporte e Lazer (Secult), através do Fundo Municipal para Desenvolvimento Humano de Inclusão Educacional de Mulheres Afrodescendentes (Fiema), levou nesta segunda-feira (17), para a Escola Municipal Senhor do Bonfim, em Plataforma, a exposição fotográfica “Mulheres Negras: Uma História Bem Contada“.
A exposição itinerante, que é composta por fotos de 11 mulheres negras de destaque na sociedade, vai circular até o final do mês de outubro por todas as escolas da rede municipal de ensino, incluindo sempre uma mulher negra do entorno escolar, escolhida pelo alunado e pela gestão para serem também homenageadas. “Esse projeto reúne e resgata a memória histórica de professoras, enfermeiras, jornalistas, militantes e desafiadoras de um longo processo discriminatório“, enfatizou Juçara Rosa, coordenadora executiva do Fiema.
A exposição ficará por sete dias em cada unidade escolar. Por isso, os cerca dos 750 alunos da Municipal Senhor do Bonfim e a comunidade da região ainda poderão contemplar o projeto por mais alguns dias. “É uma maravilha termos aqui na nossa escola projetos como esse. É muito bom podermos aprender um pouco mais sobre a cultura negra”, disse, admirado, Bruno Weuler Anunciação, aluno do 5º ano da escola.
Já para o gestor da unidade, Antônio Carlos Conceição, que tanto se alegrou em ver sua escola sendo a primeira a receber a exposição, o mais importante é mostrar ao alunado o trabalho reconhecido de mulheres negras que cresceram em uma sociedade como a deles, dando a certeza de que eles podem sim ter oportunidades como as delas.
A advogada Silvia Cerqueira, autora do livro “Poder da Saia“, conselheira do Fiema e uma das homenageadas pelo projeto, também esteve presente na unidade, e se declarou emocionada e muito satisfeita com o trabalho realizado. “Agradeço a Secult pelo belo trabalho efetivado sempre com muito respeito e grandiosidade. Sinto-me honrada muito mais por poder mostrar minha trajetória de luta, resistência e persistência às crianças que vêm de comunidades periféricas como a minha. É poder provar a esses meninos que eles não precisam crescer se sentindo marginalizados”, disse, emocionada.
O Fiema lançará ao final da ação, no mês de novembro, para todas as unidades da rede, um álbum seriado com histórias, depoimentos e fotografias das homenageadas.
Homenageadas:
Valdina Pinto – Makota do terreiro Tamuri Jumsara (Makota Valdina);
Márcia Short – cantora baiana que estreou no carnaval de Salvador em 1998;
Goya Lopes – soteropolitana, formada pela UFBA em Belas Artes com especialização em Firenze (Itália);
Mãe Stella de Oxossi – líder no Ilê Axé Opô Afonjá desde 1976;
Silvia Cerqueira – conselheira do Fiema, advogada e escritora;
Luislinda Santos – primeira juíza negra do país;
Ivete Sacramento – primeira reitora negra do Brasil;
Dona Cici (Nancy de Souza) – cantora que utiliza a história para resgatar e valorizar a cultura afro-brasileira;
Izabel Pinho – delegada atuante no enfrentamento à violência contra a mulher e ex-titular da Delegacia Especial de Atendimento a Mulher (DEM);
Ana Célia da Silva – Professora e doutora reconhecida nacionalmente pelas contribuições para a educação do país;
Vilma Reis – Educadora conferencista e professora de sociologia da Uneb.
Fonte: Bahia em Foco – http://www.bahiaemfoco.com/portal/cultura/salvador-fiema-exposicao-mulheres-negras-historia-bem-contada.html
extraído de Irohin – www.irohin.org.br