Heloísa Helena recebe homenagem por sua atuação contra as mulheres

Homenageada pela tropa de choque da direita. A musa da Frente de Esquerda, não apenas participou das atividades da tropa de choque da direita no Congresso Nacional no final de abril, como foi homenageada e condecorada

 

Os aliados da hierarquia da Igreja Católica na ofensiva contra as mulheres estão dispersos nas mais diversas legendas e religiões. Do DEM ao Psol existem pessoas fazendo a campanha da Igreja. Inclusive no governo Lula que, apesar de ter criado uma Secretaria de Políticas para as mulheres que se pronuncia publicamente em defesa da legalização do aborto, não garantiu nenhum avanço nesse sentido, ao contrário, sempre que pôde cedeu à pressão, capitulando diante da direita e da Igreja, como pode ser visto recentemente no caso do PNDH 3 (Plano Nacional de Direitos Humanos).

O próprio deputado Luiz Bassuma (PV-BA, ex-PT), reconheceu que Lula foi fundamental para que a defesa da legalização do aborto não avançasse, “se o Brasil não legalizou o aborto até hoje, é porque Lula se manifesta pessoalmente contra”.

O Encontro de Legisladores e Governantes pela Vida, que aconteceu no final de abril, é o encontro da tropa de choque para articular ações contra o direito das mulheres, nas assembléias legislativas, municipais e estaduais em nível nacional. Nesta sua terceira edição o Encontro reservou um momento especial para homenagear personalidades e instituições que atuaram no último ano na luta contra os direitos das mulheres.

A musa da Frente de Esquerda é presença constante nas atividades da tropa de choque da direita. Esteve nos três Encontros realizados pela Frente Parlamentar em defesa da vida e contra o aborto, no Congresso Nacional e sempre participa de atos e manifestações públicas realizadas pelos setores mais conservadores da sociedade que defendem a perseguição e a prisão de mulheres por aborto.

Dessa vez, a presidente do Psol não apenas ficou na mesa e posou ao lado do que há de mais conservador e ameaçador aos direitos democráticos das mulheres, como foi condecorada por estes elementos.

Ela recebeu a “comenda Zilda Arns em Defesa da Vida” dada apenas àqueles que atuam dedicadamente pela repressão e perseguição às mulheres. O curioso é que a participação da ex-candidata à Presidência da República pela Frente de Esquerda num evento como esse não é comentada nem divulgada pelo Psol ou seus aliados da fracassada Frente, que fingem desconhecer as posições reacionárias da sua mais destacada candidata.

No entanto, sem comentar o Encontro em que sua presidenta foi homenageada por atuar contra o direito ao aborto, uma ala do Psol (intitulada setorial de mulheres) tenta apresentar a “posição oficial do partido” no sitio do seu atual candidato à Presidência da República (não na página oficial do partido), a respeito da importância da luta contra o projeto de lei do Estatuto do Nascituro, e da defesa da legalização do aborto. Enquanto uma ala do Psol solta uma notinha na internet, Heloísa Helena percorre o país com a tropa de choque da direita defendendo exatamente o contrário. A musa da Frente de Esquerda é também a musa da tropa de choque da direita contra o direito ao aborto.

O direito ao aborto é o problema central da luta das mulheres no momento atual. Especialmente pela ofensiva da direita que depois que condenar mulheres no Mato Grosso do Sul, tem se movimentado para colocar em prática a CPI do Aborto, que pretende estender para todo o País a perseguição promovida naquele estado.

Não adianta o Psol soltar uma notinha na internet, nem o PSTU espernear por que criticamos a Frente de Esquerda que faliu justamente por não ter programa e se agrupar em torno da personalidade, ou melhor, dos votos da direitista Heloísa Helena. Porque não basta apenas declarar que é a favor da luta das mulheres, que é a favor do direito ao aborto. O que importa são as ações. Declarar que o Psol e o PSTU são favoráveis ao direito de aborto não muda o fato de que Heloísa Helena ser a musa da tropa de choque da direita e a fachada esquerdista para a ofensiva da direita. Portanto, não passa de falácia, e de demagogia com o movimento de mulheres para finalmente não organizar a luta, nem fazer nada.

O resultado inegável é a capitulação completa e a confirmação de que a política da esquerda pequeno-burguesa serve de base de sustentação do regime, ao se mostrar incapaz de defender a população da ofensiva da direita, da burguesia, do imperialismo, nem mesmo nas questões mais elementares e democráticas, como a questão do aborto.

Da página de notícias do PCO na internet:

http://www.pco.org.br/pagina_inicial.php

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