Coletivo se aproxima de mulheres vinculadas a centros de acolhimento e outros espaços através de oficinas artístico-pedagógicas, espetáculos e contação de histórias, alertando sobre a violência de gênero e padrões tóxicos de comportamento, dentro e fora de relacionamentos amorosos.
Projeto fortalece mulheres cis e trans contribuindo para a quebra de ciclos de violência doméstica
A partir do dia 04 de março de 2021, o Coletivo As Trapeiras inicia “Fortalecendo Mulheres”, projeto aprovado na 17ª edição do Programa para a Valorização de Iniciativas Culturais (VAI) 2020 – Modalidade 2, que em razão da pandemia da COVID-19 foi adaptado para o formato online.
Com duração de oito meses, o projeto prevê a realização de quinze oficinas artístico-pedagógicas para cerca de 150 (cento e cinquenta) mulheres cis ou trans, frequentadoras e/ou trabalhadoras de Centros de Referência à Mulher (CRM), Centros de Cidadania da Mulher (CCM), Centro de Defesa e Convivência da Mulher (CDCM) e vinculadas com outros espaços públicos ou autônomos que tratam de questões de gênero
Nos dias 04, 11, 18 e 25 de março, o grupo realiza oficinas virtuais com mulheres que possuem vínculos com o Centro de Defesa e Convivência da Mulher – Casa Mariás, um espaço integrativo para mulheres vítimas de violência doméstica localizado na Zona Norte de São Paulo.
As oficinas serão baseadas em “ancestralidade”, “corpo” e “social”, com atividades artístico-pedagógicas que conduzirão as participantes a olhar para o passado, reconhecer o corpo presente, potente e gerador, e então enxergar um futuro possível, ao refletir sobre estratégias de luta e libertação das mulheres.
Em encontros lúdicos que exercitarão a consciência corporal e vocal, como também ampliar os imaginários para realizar suas próprias criações, as participantes irão refletir sobre o ciclo da violência, Lei Maria da Penha e outros temas, atuando no fortalecimento de sua autoestima, como forma de complementar o trabalho já realizado pelos Serviços Especializados de Atendimento à Mulher.
“Uma espécie de rede de apoio, inspirando a propagação do fortalecimento entre mulheres para facilitar a identificação e distanciamento de situações de abuso naturalizadas, auxiliando seus processos de empoderamento, desaguando na saída de uma possível relação abusiva”, comentam As Trapeiras.
O grupo também realizará cinco apresentações virtuais de “Tramarias: Libertando-se das Tramas”, espetáculo de Teatro-Fórum que aborda e discute a questão da violência doméstica contra a mulher e relacionamentos abusivos. No espetáculo o público é convidado a refletir através de sua própria atuação em cena, onde é possível visualizar-se como parte da questão a ser solucionada.
Haverá também o lançamento da Lojinha d’As Trapeiras, uma parceria do grupo com a artista ilustradora Helena Ariano com produtos utilitários e informativos.
As ações serão realizadas pelas artistas-educadoras do coletivo, que atuam há mais de 10 anos na temática de gênero, utilizando como ferramentas os jogos teatrais, dança, música, círculos restaurativos, psicologia social, educação menstrual, ginecologia natural, histórias de matriz africana, cultura popular, confecção de materialidades (mini-xequerê, bordados, pinturas), ideologia do branqueamento latino-americano, entre outras pesquisas que ao longo deste tempo tem sido compartilhadas e aprofundadas.
“Queremos provocar o protagonismo das mulheres presentes, que serão convidadas a ocupar seu lugar de fala na sociedade por meio da ferramenta do Teatro-fórum, ensaiando a transformação da sua realidade”, explicam as artistas-educadoras.
A temporada segue com ações nas segundas-feiras do mês de Abril, em parceria com o CDCM Casa Sofia (Zona Sul). Em Maio o grupo atua em parceria com o CDCM Casa Viviane e CDCM Casa Anastácia na Zona Leste. Nas quintas-feiras do mês de Junho, o grupo atua na Zona Central em parceria com o Centro de Referência à Mulher (CRM) Casa 25 de Março. E nas quintas-feiras de Julho, as ações serão em parceria com o CCM Casa de Parelheiros na Zona Sul, localidades escolhidas em razão de seu alto índice de vulnerabilidade social e um quadro grave de violência contra a mulher (Fonte: “Mapa da Violência Contra a Mulher”).
O Coletivo As Trapeiras se propôs a criar espaços seguros para a realização de diálogos e discussões sobre a violência doméstica normalizada e as práticas de silenciamento da vítima, contribuindo para o debate sobre caminhos jurídicos possíveis e informando sobre os serviços disponíveis para mulheres em situação de violência (CRM, CCM, CDCM, entre outros).
“Queremos incentivar a sociedade como um todo a combater esse quadro de violência de gênero”, finalizam As Trapeiras.
O coletivo que tem cinco anos de atuação, já realizou ações em praticamente toda a rede de Serviços Especializados de Atendimento à Mulher de São Paulo, além de já ter se apresentado em locais como SESC Pompeia, SESC Interlagos, Ministério Público do Estado de SP, Sindicato das Metalúrgicas, CRAS Foz do Iguaçu (PR) e Casa da Mulher Brasileira de Curitiba (PR).
As Trapeiras unem-se para provocar a reflexão e conscientização sobre as problemáticas relacionadas à mulher no atual sistema patriarcal. Buscando criar parcerias e redes de fortalecimento nos Serviços Especializados de Atendimento à Mulher por onde circulou – no estado de São Paulo e Paraná – o grupo já acolheu quase 6.000 (seis mil) mulheres em situação de violência, abordando casos individuais e coletivos vivenciados nas oficinas já ministradas.
O coletivo As Trapeiras foi fundado por Jessica Duran, Sabrina Motta e Ivy Mari. Já contou com as artistas Carol Doro, Patrícia Silva, Marina Affarez, Cecília Botoli, e atualmente é integrado pelas artistas plurais Amabile Roberta, Ivy Mari Mikami e Verónica Galvez Collado.
Para mais informações, acesse: Site: astrapeiras.wixsite.com/as-trapeiras
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