O Conselho Latino-americano de Ciências Sociais (CLACSO) acaba de lançar a publicação Feminismo, pensamento crítico e propostas alternativas para a América Latina (tradução nossa para o título em espanhol). Tendo como organizadora Montserrat Sagot, vale conferir a publicação, cuja versão eletrônica está disponível para ser acessada e baixada gratuitamente aqui. As obras compiladas neste livro são resultado das reflexões do Grupo de Trabalho “Feminismos, Transformações e Propostas Alternativas”, impulsionado pelo CLACSO, reunindo pesquisadoras e pesquisadores para discussão e formulação de propostas com o objetivo de avançar, com uma visão feminista, em uma transformação das relações de poder que sustentam o modelo patriarcal, capitalista e colonial. Os artigos também têm como objetivo contribuir para o debate sobre a natureza dos processos de mudança social que estão atualmente em curso na América Latina e no Caribe, bem como para a construção de alternativas emancipantes, particularmente em face de avanços em natureza diversificada presentes nos diferentes países da região.
“O feminismo, como movimento social e como pensamento crítico, contribuiu de forma importante para esses processos de desconstrução e confrontação com conhecimentos e poderes hegemônicos, já que emergiu como um espaço de resistência, de questionamento e de alternativas éticas aos modelos dominantes” afirma Sagot. “Como proposta política, o feminismo teve uma participação notável na configuração das sociedades latino-americanas das últimas décadas. De fato, é impossível pensar nos processos de democratização na região sem as contribuições do feminismo. O movimento feminista colocou questões relacionadas à desigualdade de gênero nas agendas políticas da região e promoveu a adoção de novas leis, o desenvolvimento de políticas públicas e até a transformação da institucionalidade estadual e dos sistemas jurídicos. Nesse sentido, o feminismo teve um impacto significativo na construção da institucionalidade democrática da região” (tradução nossa). Num momento em que os conservadorismo avançam discutir perspectivas feministas de mudança permanente, mas do que atual, a leitura faz-se profundamente necessária.