O Concurso “Gestão Escolar para Equidade: Elas nas Exatas”, em parceria com o Instituto Unibanco e a Fundação Carlos Chagas, recebe propostas até 3 de outubro de 2015. Nós, da Universidade Livre Feminista tivemos o prazer de participar do debate para apresentação de sugestões para o edital. Foi incrível, tem tudo pra ser um sucesso!
O Fundo ELAS inova e lança seu XX Concurso de Projetos em uma parceria inédita com o Instituto Unibanco e a Fundação Carlos Chagas. O Concurso “Elas nas Exatas” tem o objetivo de contribuir para a redução do impacto das desigualdades de gênero nas escolhas profissionais e no acesso à educação superior das estudantes.
Mias informações: Site do Fundo Elas
É o primeiro concurso voltado para alunas de Ensino Médio, que apoiará iniciativas desenvolvidas em escolas de todo o país. Com ele, o Fundo ELAS expande sua atuação para um espaço estratégico na promoção da equidade e da transformação: o ambiente escolar.
“Estamos muito felizes de poder investir na área de educação, porque sabemos que, ao contrário do que tem sido divulgado, as mulheres ainda sofrem as consequências da discriminação de gênero e das desigualdades no espaço escolar. Sabemos também que a educação é uma área fundamental para promover o fim do machismo e das desigualdades impostas às mulheres. Não existe isso de profissão ou carreira só de homem ou só de mulher”, diz a K.K. Verdade, coordenadora executiva do Fundo ELAS.
Além de atingir um novo público alvo, com o XX Concurso o Fundo ELAS inova também na temática e na parceria. Pela primeira vez o fundo lança um concurso com foco em educação e ciências exatas e tecnologias. Também é inédita a parceria com o Programa de Gestão Escolar para Equidade do Instituto Unibanco e a oportunidade de contar com a expertise em pesquisa e avaliação da Fundação Carlos Chagas.
Inovando ainda na metodologia, o Fundo ELAS realizou o I Diálogo Nacional Elas nas Exatas reunindo especialistas no tema antes da seleção dos projetos a serem apoiados. O Diálogo Nacional trouxe subsídios para debater e enfrentar as desigualdades de gênero no ambiente escolar, e as contribuições dos pesquisadores, professores e diretores de escolas públicas, estudantes, feministas, coletivos de tecnologia e gênero, representantes da Google e da L’Óreal, do MEC e da Secretaria de Políticas para as Mulheres presentes foram incorporadas ao edital do XX concurso.
“Em diálogo com alunas de ensino médio, descobrimos que não há estímulo para as meninas se envolverem com matemática ou projetos de tecnologia, ao contrário, as meninas sao desestimuladas aos estudos nas áreas de ciencias exatas. É esse cenário que queremos transformar. Essa iniciativa só se tornou realidade a partir da visão e do apoio do Instituto Unibanco, que viabilizou a parceria entre o ELAS, a FCC e o Instituto Unibanco”, conclui K.K.Verdade.
Por que a escola?
Ainda persiste no Brasil a tendência de as mulheres serem direcionadas às ciências humanas e os homens buscarem as ciências exatas, como mostram dados do Observatório Brasil da Igualdade de Gênero. Em cursos de Ciências da Computação, por exemplo, os homens ocupam 77,54% das vagas, enquanto mulheres são maioria nos cursos de Pedagogia e Enfermagem.
As raízes dessa desigualdade estão também na escola. Segundo pesquisa realizada pela Fundação Carlos Chagas, a diferença de desempenho em matemática entre meninos e meninas aumenta especialmente após os quatro primeiros anos de escolarização: observa-se uma queda progressiva no desempenho das meninas. Diferenças como essa podem ser alimentadas por ações tanto na escola quanto na família que influenciam o interesse e a autoconfiança das meninas em sua capacidade de obter sucesso nos estudos técnicos.
Quem pode participar
Podem participar associações, organizações e grupos informais de mulheres ou mistos da sociedade civil, que se dediquem à promoção da educação, e/ou defesa dos direitos das mulheres e/ou aos direitos humanos com experiência de atuação na área da educação. E podem também as associações representativas de escolas públicas, como associações de pais e Mestres etc.
O que se pode propor
Os projetos podem utilizar estratégias diversas. Algumas das sugestões indicadas no edital são: realização de eventos (cursos, seminários, jornadas, palestras, depoimentos); ações para propor mudanças nos currículos e programas pedagógicos; iniciativas que visem desenvolver boas práticas escolares; atividades de capacitação e formação de meninas (feiras de ciências, gincanas educativas, palestras com especialistas, feira de profissões, projetos para jovens cientistas); incentivo à participação de alunas em ações como olimpíadas de matemática, feiras de desenvolvimento de projetos e competições de conhecimento; produção de campanhas informativas na área; programas de aulas complementares para alunas com foco nas ciências exatas e naturais; fomento de projetos e trabalhos interdisciplinares; articulação de parcerias para oficinas e cursos complementares de robótica, programação e cálculo; promoção de encontros das estudantes com mulheres que sirvam como referências por sua inserção e sucesso profissional no campo das ciências e tecnologias; produção e elaboração de materiais audiovisuais, inovadores e criativos para difusão entre jovens, com novas tecnologias de comunicação, redes sociais, rádio, vídeo, cinema, que convidem a conhecer mais sobre o tema e ações em redes sociais para compartilhamento de campanhas e informações sobre o acesso de mulheres a carreiras nas Ciências Exatas e Tecnologias.
Serão apoiados 10 projetos que sejam realizados em escolas públicas e tenham como foco principal a redução do impacto das desigualdades de gênero nas escolhas profissionais, sensibilizando a gestão escolar e envolvendo alunas e alunos. As inscrições devem ser feitas até o dia 3 de outubro de 2015 e o resultado será divulgado no dia 3 de dezembro.
Crie, invente, participe!