*Este texto é uma complementação de post divulgado na página da
Frente Nacional Contra a Criminalização das Mulheres e pela Legalização do Aborto no facebook.
A legalização do aborto é sempre um tema presente no período eleitoral, embora a maior parte das/dos candidatas/os insista em contornar a questão. A candidata Marina Silva (PSB) é uma das que vem defendendo a proposta de plebiscito para decidir se pela legalização ou não. Para o movimento de mulheres, contudo, é completamente contrária à realização de um plebiscito de tal natureza.
A proposição de um plebiscito para assuntos de foro íntimo, como é o caso da legalização do aborto e de outras como casamento civil igualitário, regulamentação de drogas e criminalização da homofobia é uma forma de manipular o direito de milhares de pessoas em troca de votos ou de audiência. “Plebiscito para aborto é manobra para dar aparência democrática a pensamento autoritário”, afirmou a escritora Eliane Brum no twitter.
Da maneira como o debate acontece hoje no Brasil, o resultado de um plebiscito como este seria obviamente negativo. Além da tendência da população em geral em manter as coisas como estão, aborto ainda é tema tratado como tabu e faltam informações sobre ele. A única chance do resultado ser positivo seria um debate público e com informações aprofundadas sobre como é realizado o aborto nos países que já legalizaram, o que é difícil de acontecer num país onde a mídia é comandada por famílias tradicionais e grandes igrejas.
Foto: CFEMEA.